Deus ama e quer salvar o mundo, o que inclui também todos os animais e as plantas (João 3.16). Por isso, a criação – como um todo - aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus (Romanos 8.19). Antes mesmo da queda, o Senhor delegou ao casal a responsabilidade de cultivar e guardar a criação (Gênesis 2.15). Ou seja, dentro do testemunho cristão que aguarda a plenitude do Reino está inclusa também a questão ambiental. Ao mesmo tempo, somos desafiados ao desenvolvimento e ao cuidado, lado a lado. Há 3000 mil anos atrás, o sábio Jó - em meio à tragédia pessoal - refletiu sobre a vida e os seus cuidados. Ele disse: “Você fará aliança com as pedras do campo” (Jó 5.23). Ao encontrar uma pedra na roça, o agricultor pode tropeçar e xingar. Por descuido, ele pode também entortar a lâmina do arado. Para se livrar do entrave e ampliar a roça, alguns atiram a pedra numa grota, tampando assim um manancial. Na ganância, empobrecem. Por outro lado, quem sabe seja um pouco mais trabalhoso, outros recolhem a pedra para usa-la num muro de taipa, alicerce de casa ou ponte. Lutar contra a natureza, explorar ao máximo está mais para o dito castigo “com o suor do teu rosto, comerás o teu pão” (Gênesis 3.19). Infelizmente, pelo pecado, concorremos com a natureza. Todavia, ao me colocar sob a graça de Deus, deixo de concorrer com a natureza e passo a ser cooperador, voltado à ordem inicial do cuidado, antes do pecado. O desafio profético de Jeremias continua vivo e válido, geração após geração: “Procurem a paz da cidade onde os coloquei” (29.7). Mãos à obra!
De 1987 com Cézar e Paulinho, “Meu Endereço”...