No domingo (25), cem mudas de árvores nativas foram plantadas na aldeia Yakã Porã, localizada em Garuva (SC), através de um mutirão que envolveu a comunidade Guarani e pessoas luteranas da região. Além do plantio, a ideia da ação foi ter uma roda de conversa com a comunidade Guarani para conhecer seu contexto, cultura, dificuldades vivenciadas e conhecimentos sobre o meio ambiente, em um momento de troca intercultural.
A aldeia Yakã Porã possui sete famílias. O mutirão envolveu o preparo dos berços com cavadeira e adubo, que já estavam disponíveis na aldeia. Participaram da atividade o Pastor Euclecio Schieck, da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana de Garuva, Cacá Schieck, que faz parte da diretoria do COMIN, e membros da Paróquia e representantes do Galo Verde.
Ao total, 390 mudas de árvores nativas foram adquiridas, escolhidas pelas próprias comunidades indígenas, e serão divididas em mais três aldeias e plantadas com a ajuda de outros grupos da sociedade. A ação partiu durante a realização do XXXI Concílio da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil (IECLB), que aconteceu em Curitiba, em 2018. Na ocasião, o COMIN e do Programa Galo Verde promoveram uma reflexão sobre os impactos ambientais do evento.
O Programa Galo Verde realizou o cálculo da emissão de carbono no ambiente a partir das ações envolvidas para a realização do Concílio, desde viagens até a geração de resíduos. A partir disso, as pessoas que estavam participando foram desafiadas a compensar a emissão de carbono contribuindo com um valor para o plantio de árvores nativas em aldeias indígenas que apresentavam uma demanda para a recuperação ambiental.
Atuação em Santa Catarina
Desde o começo deste ano, o COMIN está atuando em dez aldeias Guarani Mbya no litoral norte de Santa Catarina, abrangendo os municípios de Araquari, Balneário Barra do Sul, Garuva e São Francisco do Sul, em um projeto trienal (2019-2021) que inclui ações de sustentabilidade, entre elas o trabalho com agrofloresta e o fortalecimento de técnicas de plantio tradicionais do povo Guarani. Neste contexto, existem hoje cerca de 500 pessoas distribuídas nas dez aldeias, em áreas ainda não demarcadas e homologadas pela justiça. Há sérias dificuldades de sustentabilidade nas aldeias: algumas são populosas e com um espaço bastante reduzido e outras têm o solo inadequado para a agricultura, além da dificuldade de geração de renda.