Comunidade tem programa na TV a cabo
Anete Petrusch do Nascimento
Segunda-feira, 20h 30min. Em pleno horário nobre, a mensagem e a vida da comunidade luterana é transmitida pelo canal 14 da TV a cabo em Porto Alegre. Um programa de 30 minutos produzido pela Comunidade Evangélica de Porto Alegre (CEPA), reprisado nas quartas-feiras, no mesmo horário, e aos sábados, às 15 horas.
Pioneirismo
Tudo começou quando o Conselho Municipal de Comunicação convocou publicamente todas as entidades não-governamentais e sem fins lucrativos para uma reunião em agosto de 1996, da qual a CEPA participou. Em outubro daquele ano, 36 entidades — entre elas a Comunidade — criavam a Associação das Entidades Usuárias do Canal Comunitário de Porto Alegre.
A existência de um canal comunitário é uma exigência legal. A lei determina que toda empresa que explora TV a cabo deve dispor de um canal gratuito para entidades das cidades que abrange. Porto Alegre foi a primeira cidade a efetivar este canal em todo o país.
Embora a Associação tenha sido criada em agosto de 96, somente no ano seguinte iniciaram as transmissões. E a CEPA foi pioneira. Foi a primeira associada a veicular sua programação, e de forma contínua, relata o coordenador do programa, pastor Guilherme T. Fredrich. O primeiro programa foi ao ar, ou melhor, ao cabo, no dia 22 de setembro de 1997, às 20h 30min. O pastor Carlos F. R. Dreher, que integra a coordenação executiva do programa, fez a apresentação do novo programa e trouxe a mensagem bíblica. Na ocasião, foi transmitida uma reportagem sobre os 140 anos da CEPA, festejados em agosto de 1996.
Blocos
Atualmente, o programa de meia hora apresenta blocos distintos: ¨Gotas de Esperança¨ traz mensagem de oito pastores da Comunidade e Comunidade em Foco destaca as atividades da semana que aconteceram nas paróquias. Estes dois são intercalados por especiais: ¨Espaço Jovem¨, ¨Perfil — Nossa Gente, Nossa História¨, ¨CEPA em Notas¨ (música), além de programas temáticos — Dia das Mães, Drogas, Encontro de Corais, entre outros. Em 1998, foram também feitas duas campanhas de arrecadação de fundos — uma para auxiliar na reconstrução de um galpão de reciclagem de lixo que havia sido destruído pelo fogo e outra de auxílio para as creches mantidas pela CEPA. Houve um bom retorno do público nas campanhas.
O público-alvo do programa são os membros da CEPA nas diversas faixas etárias. 6 Mas já há surpresas6 , conta o pastor Guilherme. Ele menciona, por exemplo, que uma mulher passou a participar da comunidade a partir do programa de TV. ¨Ela estava passando por tempos difíceis quando, por acaso, assistiu ao 'Gotas de Esperança' e foi motivada a procurar a comunidade¨, relata. Há mais pessoas não luteranas que assistem ao programa da CEPA. Segundo o pastor Carlos Dreher, ¨elas ficam admiradas por tudo o que a comunidade faz¨. Isso porque, no seu entender, o programa é bastante dinâmico e mostra com atualidade a realidade da CEPA.
Um dos grandes segredos do programa é que as pessoas se vêem retratadas nele, acredita Guilherme Fredrich. Mas para que isso aconteça, é preciso ter uma estrutura mínima para produzir um programa a cada semana e um mínimo de recursos financeiros.
Produção
Em março de 1998, foi contratado um profissional da área para coordenar toda a parte técnica. Cristiano Aquino, membro de uma das paróquias da CEPA, assumiu então a produção do programa. Ele explica que para isso é preciso uma produtora de vídeo que trabalhe com equipamentos profissionais de câmera e edição, de uma pessoa que faça a edição e a captação das imagens, por um lado, e, por outro, que faça o trabalho de campo, buscando as informações que serão veiculadas. Também é necessário que haja um apresentador, o que é feito pelo pastor Guilherme Fredrich. ¨Também são essenciais reuniões periódicas dos representantes das paróquias da CEPA¨, esclarece Cristiano. No caso da comunidade, essas reuniões acontecem mensalmente e ajudam a pautar o seu trabalho.
Para veicular mensalmente o programa, a Comunidade investe cerca de R$ 2 mil. ¨A intenção é, no entanto, fazer com que o programa se pague totalmente por meio de patrocínio¨, enfatiza o produtor Cristiano. Em junho de 1999, já contavam com um patrocinador, ¨o que significa que 25% do programa está pago¨, analisa ele. Colocar semanalmente um programa no canal 14 está sendo satisfatório. As paróquias da IECLB que também quiserem produzir seus programas através da TV a cabo precisam criar ou participar de uma associação de usuários. ¨Vale a pena¨, estimula Cristiano.
A autora é jornalista e editora do Jornal Evangélico Luterano e reside em São Leopoldo, RS
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