Comunidade: por que estou aqui?

21/03/2009


Quando estou iniciando um culto, olho para as pessoas ali presentes e me pergunto silenciosamente: porque será que essa, e aquela, e aquele estão aqui? O que a mobilizou para vir? Estará feliz? Muito triste? Preocupado? Sinto um desejo de que essa pessoa não seja frustrada na sua expectativa, e que experimente na igreja algo que proporcione um acréscimo, que saia melhor do que quando chegou.

Nestes momentos, me sinto invalido por um sentimento de imensa responsabilidade. E me ponho a pensar em tantos motivos e explanações possíveis para entender ou explicar o que liga alguém a uma comunidade. Com muita frequência entre nós, luteranos, ouço a afirmação de que é muito bom estar com pessoas, geralmente conhecidas de longa data, que partilham de valores muito semelhantes; que é bom estar entre pessoas felizes, com fé e esperança. Ouço também que para muitos é importante estar ali para ouvir palavras que os ajudem a enfrentar situações difíceis. Outros buscam novas perspectivas para lidar com as experiências de sua vida, talvez para descobrir um sentido. Alguns vêm porque ali se sentem valorizados, outros não conseguem formular suas razões em palavras...

Se tivéssemos tempo e espaço, essa lista de motivações e razões ficaria enorme, e talvez cansativa. E o pior é que, ainda assim, não conseguiria dizer tudo. E quando me dou conta disso, percebo que, para além de todas razões possíveis de serem ditas, diferentes para cada uma das pessoas reunidas aqui na Igreja da Paz, creio que há algo em comum. Por trás de todas as variáveis está o que acabo de experimentar: o meu limite. Não consigo dizer, fazer, ou falar tudo. Sempre fica algo de fora. Sempre há algo maior do que tudo que pode ser dito e experimentado. Tanto nas experiências negativas quanto nas positivas. E ‘esse’ maior é Deus. Estamos em comunidade para partilhar com outros essa nossa experiência com Deus, como aquele que nos faz saber que existe algo a mais, para além daquilo que nossas experiências tentam nos impor. Sabemos e cremos que há algo maior do que nossos fracassos e méritos, do que a morte em suas diversas formas e manifestações, ou como disse Jesus: Nem só de pão o homem viverá.

Pastor Victor Linn


Autor(a): Paróquia Santo Amaro
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: Santo Amaro (São Paulo-SP)
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8324
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Não há pecado maior do que não crermos no perdão dos pecados. Este é o pecado contra o Espírito Santo.
Martim Lutero
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