Comunhão - A Vivência do Corpo de Cristo

27/11/2010


Comunhão
A vivência do Corpo de Cristo
Atos 2, 5 e 20

Sempre que nos referimos a Deus como Triúno – Pai, Filho e Espírito Santo – aludimos ao fato de que Deus é, antes de tudo, comunhão viva e relação dinâmica movida pelo infinito amor divino. As pessoas da Trindade, além de compartilharem a mesma substância, existem umas para as outras, vivem uma interdependência caracterizada pelo mútuo dar e receber. A comunhão divina, porém, não é fechada, não se basta a si mesma, mas transborda com o desejo de incluir tudo e todos nesta comunhão amorosa.

A missão divina que daí nasce tem dimensões cósmicas, incluindo a edificação da igreja, a redenção da humanidade caída, a renovação de toda a criação e a instalação definitiva do reino de Deus.

A igreja que brota da ação missionária e redentora de Deus, portanto, tem a comunhão na sua essência, no seu DNA. O ícone da vida da comunidade cristã primitiva revela a comunhão e a convivência como características marcantes da igreja. Ao se expandir por todo o mundo conhecido da época, as comunidades neotestamentárias conservaram a qualidade de sua comunhão como principal fator missionário. Elas se organizavam como “igrejas que se reúnem nas casas”, propiciando a membros e visitantes uma atmosfera de proximidade e acolhida, independente de sua origem racial, cultural ou social. Por ser inclusivas, oferecerem igualdade de direitos, valorizarem a pessoa e seus dons, as comunidades cristãs tornaram-se espaço de desenvolvimento pessoal e espiritual para pessoas de todas as camadas e posições sociais. As comunidades “caseiras” do Novo Testamento devem a estas características sua eficácia e sua atratividade missionária, possibilitando não somente a sobrevivência em tempos de dura perseguição, mas também o crescimento num ambiente de forte concorrência religiosa.

Lutero, ao projetar sua visão de vida comunitária, inspirou-se nos relatos do Novo Testamento sobre a comunhão cristã arrolados acima. Para ele, o aposto “comunhão dos santos” no Credo Apostólico explica e interpreta exatamente o que é a igreja: comunhão solidária que renasce e se renova em cada celebração da Santa Ceia, o sacramento da comunhão. Lutero compreende esta comunhão como comunicação e partilha, primeiro, da graça e das dádivas divinas, depois, de tudo que somos e temos, incluídos bens materiais, tempo, dons e capacidades. Comunhão, portanto, não é um ideal espiritualizado de uma convivência sem conflitos. É vivência concreta do sacerdócio cristão onde mutuamente nos tornamos servos uns dos outros, especialmente dos mais necessitados. A entrega sacerdotal de Cristo, assumindo totalmente nossa forma em sua encarnação e cruz, portanto, deve realizar-se também entre os membros de seu Corpo. Assim, a vivência do sacerdócio torna-se a estrutura interna de uma igreja caracterizada pela comunhão”. Reflexão extraída do texto –base do plano de ação missionária da IECLB(PAMI) Missão de Deus, nossa paixão, p. 41, 42.

No final do mês de novembro iniciamos tempo de Advento, venham todas as pessoas viver este tempo de comunhão e preparação para o Natal de nosso Senhor Jesus Cristo! E assim desenvolver a fé cristã. Carla, pastora

- café de advento na comunidade de Ferraz de Vasconcelos/SP, dia 28.11 às 17hs.


Autor(a): Paróquia São Paulo - Leste
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste / Paróquia: São Paulo - Leste (Ferraz de Vasconcelos-SP)
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7436
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Fé e amor perfazem a natureza do cristão. A fé recebe, o amor dá. A fé leva a pessoa a Deus e o amor a aproxima das demais. Por meio da fé, ela aceita os benefícios de Deus. Por meio do amor, ela beneficia os seus semelhantes
Martim Lutero
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