Como você pode se beneficiar?

18/04/2011


Estimadas Amigas! Estimados Amigos!

Neste domingo encontrei um folheto na caixa de correio em nossa casa deixado por uma Igreja com a pergunta: “Como você pode se beneficiar?” Esta pergunta vem após a afirmação neste mesmo folheto: “Jesus tira o pecado do mundo.” No próximo domingo celebraremos a Páscoa, a ressurreição de Jesus que é motivo de grande alegria. Também eu estou muito feliz por mais uma vez celebrar a Páscoa e lembrar tudo o que Jesus fez. Por outro lado, também estou preocupado com a maneira como muitos cristãos vivem esta Páscoa. Quer me parecer que a tendência das Igrejas está em apontar muito mais para os benefícios desta ressurreição do que propriamente do compromisso a que ela nos leva. Evidentemente que crer em Jesus traz muitos benefícios que nem o próprio mundo pode oferecer. No entanto estes benefícios devem nos comprometer com os ensinamentos de Jesus.

Muitas pessoas, e muitas Igrejas, preferem falar da cruz vazia. Por isso em seu altar não tem mais o crucifixo. Com toda certeza precisamos sempre de novo destacar que Jesus não ficou na morte. No entanto ao mesmo tempo devemos lembrar que só houve ressurreição porque houve morte, porque houve cruz. Quer me parecer que quando ainda só se vê a cruz vazia pode se estar enveredando para um caminho de fé muito individualizada. Por isso diz o folheto: “Como você pode se beneficiar?” Quer me parecer que muitas pessoas só querem o benefício e onde se aponta para o compromisso as pessoas começam a se afastar. Quer me parecer que se está perdendo a perspectiva que encontramos no Evangelho de Marcos 8.34 onde Jesus diz: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, esse a salvará.” Volto a insistir. Obviamente que a fé em Jesus por si só nos dá muitos benefícios, um deles é a salvação. Mas esta fé em Jesus nos deve comprometer com o próximo, deve nos levar a fazer obras, não para alcançar a salvação, mas porque já a alcançamos por meio de Jesus.

Como Pastor de Paróquia eu sempre valorizei muito a cruz vazia no altar. Mas ao mesmo tempo ficava feliz quando no mesmo altar também havia o crucifixo. Este crucifixo me lembra de um quadro muito conhecido de Lucas Krahner em que ele retrata Lutero apontando com o dedo indicador para Jesus que estava crucificado e não para a cruz vazia. Celebremos, pois, a Páscoa com muita alegria porque Jesus não ficou na morte e nem na cruz e que esta alegria nos envie para anunciar o que Jesus fez por nós morrendo na cruz e nos contagie a viver tudo o que Jesus ensinou (Mt 28. 16-20). Amém

Ervin Barg
Pastor Sinodal


Autor(a): Ervin Barg
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7934
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Ainda não somos o que devemos ser, mas em tal seremos transformados. Nem tudo já aconteceu e nem tudo já foi feito, mas está em andamento. A vida cristã não é o fim, mas o caminho. Ainda nem tudo está luzindo e brilhando, mas tudo está melhorando.
Martim Lutero
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