Por acaso, na minha caminhada diária, encontrei na rua e acompanhei o diálogo de duas senhoras que felizes comentavam o fato de terem conseguido ramos de palmas para o próximo domingo. No Calendário Eclesiástico, o Domingo de Ramos aponta ao momento onde Jesus entrou em Jerusalém sob a aclamação do povo: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor. Jesus jamais procurou ser um “herói”, por isso aparece montado num jumentinho. A humildade e o serviço sempre foram e sempre serão suas principais características. Imagino o que se passava na cabeça dele naquele solene momento sabendo que, dias depois, o mesmo povo gritaria: Crucifica-o! Mas, agora o momento é festivo. Uns depositam ramos de oliveiras, representando o principal produto da economia regional, outros colocam vestes, deixando um pouco de si mesmos pelo caminho. São ofertas de gratidão pelo momento que vivem e desejam que sirvam de testemunho. Hoje é tradição apresentar ramos de “palmas”, uma planta ornamental, presente em muitos jardins. Todavia, sem perder o foco histórico, deveríamos ofertar ramos da nossa economia local. Em Garuva, o ideal seriam folhas de bananeiras e de palmeiras. As roupas são, na realidade, um pouco do nosso cotidiano e das nossas necessidades básicas. Em tempos de crise – onde em algumas casas falta inclusive alimento - imagino o quão significativa seria nossa oferta a Jesus transformada em ações em prol dos necessitados, pessoas abaladas econômica e emocionalmente pelas consequências da Covid, lembrando o próprio ensino do Mestre: “Aquilo que você fizer ao pequenino a mim é que estão fazendo” (Mateus 25.40).