Comemoramos 500 anos da Reforma Luterana em 2017

01/03/2017

As pessoas que virem esse título podem se perguntar: que reforma é essa? Quando e como aconteceu? Quais as mudanças que gerou? E mais: o que tem a ver essa reforma comigo, hoje, em 2017? Bom, vamos às respostas! A data que marcou o início do movimento foi o dia 31 de outubro de 1517. Por isso, agora, mais precisamente em 31 de outubro de 2017, serão 500 anos daquilo que aconteceu lá no passado. Mas o que foi? O monge alemão Martim Lutero pregou na porta da Igreja do Castelo em Wittenberg 95 teses contra a prática das indulgências, gerando uma grande polêmica contra a Igreja Católica Romana da época e transformando o mundo. A prática das Indulgências sempre foi algo comum na história da Igreja Ocidental. Nada mais é que o perdão dos pecados que Cristo, através de sua morte e ressurreição, conseguiu alcançar e dar de presente à humanidade caída. A partir de sua ação salvífico-redentora, a Igreja, que é a comunhão daqueles que acreditam em Cristo, pode, como veículo, anunciar esse perdão dos pecados às pessoas. Isso é chamado de Evangelho, grande Boa Nova. O problema é que a Igreja da época começou a cobrar por este presente. Mais: ela se coloca no lugar de Cristo e decide a quem ela vai dar o presente que, na verdade, não lhe pertence! Assim, as pessoas que deveriam ouvir do Evangelho, da troca maravilhosa, do perdão dos pecados que o único mediador entre Deus e as pessoas alcançou, precisam pagar pelo perdão. Assim começa um processo jurídico, como de um contrato: as pessoas pagam pela salvação e a Igreja concede perdão dos pecados e o acesso à Salvação. Quem não pode pagar, já está excluído. Lutero, ao ler a Bíblia, não encontra respaldo para essa prática e decide discutir o assunto. No entanto, na Igreja medieval, quem não aceita o que ela prescreve, já está, de antemão, amaldiçoado, devendo ser queimado na fogueira como herege. Por isso ainda se fala hoje de reforma, pois Lutero não queria fundar uma nova igreja. Mas não houve maneiras, naquela época, de a igreja romana aceitar as mudanças propostas, criando-se, a partir de então, o que se chamou de Igreja Luterana e, a partir dessa, todas as outras denominações hoje existentes e sob o guarda-chuva de Evangélicos, pois uma das características desse movimento foi o da volta ao Evangelho. O movimento evangélico, pois, que também foi denominado de protestante, defendia que com Deus não há barganha. Não se pode comprar o amor divino. Consequência: todos os que pregam essa barganha não são cristãos e sim, enganadores do povo de Deus! Hoje em dia temos pessoas que se dizem evangélicas pregando justamente o comércio religioso! Nada mais distante da reforma! Outra característica do movimento é a defesa da liberdade religiosa. Deus não quer a violência. As pessoas devem crer em liberdade. No entanto, para que as pessoas possam saber o que Deus fez, elas precisam ser educadas para acessar a palavra de Deus – a Bíblia – por si mesmas. Consequência: é necessário uma educação para a liberdade. Pessoas analfabetas não têm autonomia e tampouco sabem que foram destinadas à liberdade! Por isso, o movimento reformatório iniciou a construção de escolas formais para todas as pessoas, não apenas para os nobres, como era o costume medieval. Quanto mais educação, mais liberdade. Quanto mais educação, maior o respeito entre as pessoas e maior o cuidado com a criação de Deus. Quanto mais educação, mais paz teremos. Se as pessoas aprenderam, sem o Evangelho, a se odiar, com e através do Evangelho, elas aprenderão a amar. Como diz o ditado popular, para bom entendedor, meia palavra basta: qualquer semelhança é mera coincidência! Nós, hoje, depois de quase 500 anos de reforma, ainda não aprendemos e necessitamos ouvir o Evangelho. Continuamos tendo o comércio religioso, enganando as pessoas. Continuamos tendo falta de educação. Fechamos escolas e, por consequência, temos que construir mais presídios. A reforma ainda é urgente hoje! Por isso ela tem tudo a ver contigo!


Autor(a): Dr. Leandro Otto Hofstätter
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense
Área: História / Nível: 500 Anos Jubileu
Natureza do Texto: Manifestação
Perfil do Texto: Mensagem
ID: 41452
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Ao deixar de orar por um único dia sequer, perco grande parte da minha fé.
Martim Lutero
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