“Mas o SENHOR me tirou de após o gado e o SENHOR me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel”. (Am 7.15)
Mesmo não sendo profeta por “profissão”, Amós compreende a sua missão e a sua tarefa como um chamado de Deus.
Naquele tempo havia dois tipos de profetas: aqueles que falavam da realidade, que denunciavam as injustiças, que estavam ao lado do povo que estava empobrecendo e sofrendo; e havia aqueles profetas que apoiavam as ações dos reis, em troca de casa, salário, lugar no palácio, proteção e amparo. Amazias era um desses profetas, enquanto que Amós afirma não ser profeta e nem discípulo de profeta, pois não ganhava a sua vida profetizando. O seu trabalho é ser boieiro e colhedor de sicômaros (figueiras).
Assim, havia os sacerdotes que usavam a teologia da bênção para enriquecer e acumular terras, e havia os profetas que denunciavam o falso culto, a violência, a injustiça, o roubo, a mentira e a acumulação de riquezas.
Havia também duas formas de culto:
a) Havia o culto que estava centralizado nas mãos dos sacerdotes, onde o rei dizia o que se podia, ou não dizer no culto. O culto se tornava uma repetição de ritos e se exigiam vários sacrifícios que eram uma forma de arrecadar e legitimar o tributo;
b) E havia o culto que não separava fé e vida. O culto reavivava a memória da caminhada do povo para fora do Egito.
Deus chama a sua igreja para ser “voz profética”, para ser “sal e luz” no mundo.
Como estamos correspondendo ao chamado de Deus?
Muitas vezes as vozes que denunciam as injustiças, o acúmulo de riquezas e as desigualdades sociais são muito mais fortes “fora” da igreja, e por isso elas desafiam a igreja de Jesus Cristo.
O culto que não se torna uma repetição de ritos, onde não se separa fé e vida, e no qual se proclama a palavra de Deus que é lei e evangelho, compromete a comunidade cristã com a luta por justiça, por igualdade e por um mundo mais justo e mais humano.
Amém
Nidrian Heinrich - PPHM - Condor/RS