Celebração do 1º Domingo de Advento

Caderno de Celebrações Natalinas

30/11/2008

1º domingo de Advento
Pa. Mara Parlow
São Sepé – RS


A ESPERANÇA ilumina o silêncio
que avisa ao broto a hora de florescer...

• REFLEXÃO INICIAL
(A título de preparação do/da celebrante ou equipe litúrgica para o evento celebrativo)
O Advento (do latim Adventus: chegada, do verbo Advenire: chegar a) é o primeiro tempo do Ano litúrgico, o qual antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação e alegria expectante, onde, na espera pelo nascimento de Jesus Cristo, vivemos o arrependimento e promovemos paz.
O tempo do Advento é momento de forte mergulho em nossa Espiritualidade, demandando certa qualidade de aquietamento e contemplação mística.
É tempo de espera e de ESPERANÇA – este o acento da celebração no primeiro DOMINGO de ADVENTO. Tempo de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor.


Na vida prática, limpamos e arrumamos nossas casas. Arrumamos armários e despensas. Desfazemo-nos de utensílios e objetos que sobram ou são necessários a outras pessoas. Também retiramos entulhos ou o que não serve mais. Pensamos na saúde do corpo que precisa ser (re)considerada. Buscamos, assim, espaços vazios para o NOVO, para O que-há-de-vir e que esperamos, com fervor...


A semente nova tem fé.
Ela se enraíza mais fundo
nos lugares
que estão mais vazios.
(Clarissa Pinkola Estés)


A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores cristãos essenciais, como a alegria vigilante, o despojamento, a ESPERANÇA.
O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados e fraquezas. A cor violeta, por exemplo, utilizada no ambiente e em objetos litúrgicos (paramentos, velas, etc.), evoca a purificação de nossos corações em preparação para acolher Cristo que vem.
 

A ênfase simbólica da presente liturgia será colocada, portanto, na discreta alegria da espera confiante pela BOA NOVA do NATAL e do que há de brotar da novidade de vida trazida pelo Jesus Menino.
Quero trazer à memória o que me dá esperança.
(Lamentações 3.12)

• PREPARAÇÃO DO AMBIENTE
Dentro das possibilidades de cada contexto, sugere-se que, além da cor violeta e da tradicional Coroa de Advento, geralmente já preparada para este domingo, sejam utilizados diversos tipos de BROTOS para ornamentar o ambiente, desde a entrada da igreja até o altar. Poderão ser figuras, imagens ou plantas em processo de brotação. Ao final desse texto, encontra-se, também, uma receita para preparar brotos (“comida viva”) para incluir em nossa alimentação diária.

• BROTOS: ALIMENTOS VIVOS
“Tudo acontece a partir de um punhadinho de grãos e sementes (de alfafa, trevo, lentilha, feijão, trigo, girassol e outras) que você põe num vidro, deixa de molho uma noite, de manhã, escorre; tampa a boca do vidro com um pedaço de filó ou gaze e prende com um elástico; e deixa de boca para baixo num canto do escorredor de pratos, que as sementes vão germinar. Molha e escorre uma vez de manhã, uma vez à noite. Quando começarem a sair os brotinhos, é só misturar na salada, na fruta ou no suco e mandar pra dentro: consta que são os alimentos mais energizantes que há.”
(HIRSH, Sonia. Paixão emagrece, amor engorda. Crônicas, receitas e reflexões)


A CELEBRAÇÃO

Acolhida


Canto de Acolhida: Aqui chegando, Senhor - HPD 2 : nº 330)
 

 ACOLHENDO-NOS NA PAZ DO SENHOR...
 

P: Nosso Deus caminha conosco
C: Ele está no meio de nós. Bendito seja nosso Deus!
P: Desde os tempos mais antigos e até o momento presente
C: tem guiado nossos passos e nos trouxe a este santo lugar.
P: Jesus Cristo, o motivo da nossa fé, é o próprio Deus que se maniFESTA, no poder do Espírito Santo, entre nós.
C: Nos reunimos como assembléia do povo, por nosso Deus convocado, neste PRIMEIRO DOMINGO DE ADVENTO,
P: para trazer à memória o que nos dá esperança, para celebrar e afirmar a vida que se reNOVA.
Todos/as: Não estamos sós!
 

Canto: HPD 2 : nº 337)
 

 DEUS NOS REUNINDO...

Saudação Apostólica:
P.: A graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos e todas vós.
C: E contigo também.
Oração do Dia:
P.: Abre, ó Deus, nosso ser para entendermos Tua Palavra. Assim como tocaste profundamente vidas que testemunharam Tua ação salvífica ao longo dos séculos, inspira-nos, hoje, como indivíduos e como comunidade de fé, a compreender como e onde operas os Teus sinais, como e onde operas novidade de vida...
Cristo, teu chamado permanente e o prenúncio de Tua Encarnação, nesse Tempo de Advento, perturbam nossas vidas ordenadas. Dá-nos quietude para o preparo de nossos corpos e de nossos lares para receber-te. Dá-nos Tua Graça para renunciarmos o que não serve mais e coragem para seguir-Te, com mãos e espaços vazios, para onde Tu nos levares. Que a voz do Evangelho – a Palavra que se faz carne e habitou entre nós – chegue aos confins da terra.
C.: Amém.
 

 CONFESSANDO AO DEUS DA VIDA...

1. Fechamos os olhos porque queremos olhar para nosso interior.
2. Ali, no mais profundo do nosso ser, temos culpas...
1. Pelo bem não realizado,
2. pela falta de coragem,
1. pela inveja e arrogância,
2. pelo desprezo ao que é diferente...
1. Ali, no mais profundo do nosso ser,
2. reconhecemos nossa pressa em julgar,
1. nossa impaciência em escutar,
2. nossa falta de esperança na promessa viva de Deus...
1. Toca no mais profundo de nós, nossos sentidos e razão, ó Deus!
2. Move nossas entranhas para que se produza mudança em nós,
1. e que a verdadeira conversão, a partir de Cristo Jesus, vitalize nossos órgãos, areje nossos pensamentos e amplie nossa visão.
2. Para contemplar a Ti, Tua glória, Teus desígnios!
1. Para servir a Ti, servindo a toda Tua gente!
2. Para festejar Teu nascimento e nosso próprio renascimento em Ti!
Todos/as: AMÉM.


Proclamação do PERDÃO

P: Antes de tudo e de todos está o AMOR de Deus. Ele nos criou, deu vida e permite que multipliquemos vida. Pelo Seu amor que faz novas todas as coisas, confiamos no perdão de nossos pecados.
Todos/as: Já podemos amar e re-criar a vida em Cristo! Já podemos renascer!
 

Canto: HPD 1 : nº 237
 

 PROCLAMANDO A PALAVRA...

Canto: HPD 2 : nº 381
Primeira Leitura: 1 Coríntios 1.3-9
C: Aleluia
Leitura do EVANGELHO: Marcos 13.24-37
C: Aleluia
* Interpretação da Palavra (PRÉDICA): Isaías 64.1-9


PISTAS À REFLEXÃO...

Os textos bíblicos a serem entrelaçados na reflexão a ser preparada para esse culto são ricos em imagens voltadas à nossa ênfase celebrativa: a ESPERANÇA contida na espera silenciosa, vigilante e alegre pela vinda do Salvador.


Especialmente, a Palavra do Evangelho e a perícope destinada à prédica propriamente dita voltam-se à questão da boa expectativa no broto que surge (“...quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo [o verão]”, cf. Mc 13.28).
 

A época do ano em que celebramos o Advento está próxima do verão e é período de brotação. As sementes já germinaram. Vê-se as campinas cobertas de plantações brotando: frutos em potencial. Uma espera vigilante acontece. Há que observar, retirar inços, proteger o que vem. O silêncio avisou a semente e o broto promete alimento para a Vida... (“Vigiai, pois,...”, Mc 13.35).
 

A espera, fincada na ESPERANÇA, é vigilante e ativa. O cristão e a cristã esperam pela vinda do Jesus Menino, mas isso tem decorrências concretas para o seu viver: aí, entram as idéias do despojar-se, do abrir mão do que já não serve mais, do REPARTIR, do abrir espaço em si e em sua casa para o NOVO.


Exatamente, em razão dessa qualidade de ESPERANÇA – não uma espera apática, desanimada e inoperante, mas uma espera que crê no que ainda não se pode ver (tal qual a potência dos alimentos vivos) e que atua em alegria discreta – o Profeta Isaías é figura fundamental no ADVENTO.
“Porque desde a antiguidade não se ouviu nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de ti, que trabalha para aquele que nele espera.” (Is 64.4)
 

Isaías é o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. Continuamente anunciando a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando assim os exilados.
 

As principais passagens deste livro são proclamadas durante o tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os seres humanos de todos os tempos, através da proclamação da vinda do Senhor.


Momento apropriado, pois, esse do Advento para a busca de uma leveza comprometida que é própria de quem crê em Jesus Cristo. O próprio Menino na manjedoura transmitirá essa mensagem: a verdadeira novidade de vida acontece na simplicidade e no esvaziamento. A semente se enraíza mais fundo nos lugares que estão mais vazios...
 

“Já ninguém há que invoque o teu nome, que se desperte, e te detenha;...” (Is 64.7).
Desse modo, na vigilante expectativa e na confiança alegre do que o broto traz consigo, poderemos esperar, “ad-VENIR” (chegar a) e proferir ao mundo: Bendito é o fruto do ventre: Jesus!
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Canto: (...)


 CONFESSANDO A NOSSA FÉ...
 

Não estamos sós, vivemos no mundo de Deus. Cremos em Deus que criou o mundo e atua nele, que veio em Jesus Cristo para reconciliá-lo e renová-lo. Confiamos em Deus, que nos chama a ser sua igreja, para amar e servir a nossos semelhantes, para buscar a justiça e resistir ao mal, para anunciar a Jesus, o Salvador, como nosso juiz e nossa esperança. Na vida, na morte e na vida além da morte, Deus está conosco. Não estamos sós!
Assim, proclamemos nossa FÉ, a uma só voz, através do: CREDO APOSTÓLICO


 DISPONDO-NOS AO COMPROMISSO...

(1) OFERTA / Avisos Comunitários

(2) INTERCESSÃO
Senhor, Tu que queres que todas as criaturas sejam uma em Ti: te rogamos pela unidade de Tua Igreja. Perdoa nossas divisões devidas a nosso orgulho e incredulidade, à nossa falta de compreensão, de esperança e de amor. Não permitas que nos acostumemos a nossas separações. Não permitas que consideremos como um fato normal aquilo que é um escândalo para o mundo e uma ofensa a Teu amor.
 

Mantém viva em nós a consciência do pecado que separa aquilo que Tu tens unido. Livra-nos de nossa estreiteza de espírito, de nossos rancores e maldades. Ensina-nos a reconhecer os dons de Tua graça em todas aquelas pessoas que se amparam em Ti. Fortalece nossa fé em Tua Palavra, nos mantenha vivos e alertas, e prepara-nos para receber-Te e servir-Te sempre.
 

Com Tua força, Senhor, reúne Tua grei dispersa com a proteção de Seu Bom Pastor, Teu Filho, a fim de que se cumpram os desígnios de Teu AMOR e para que o mundo reconheça que Tu és o único e verdadeiro Deus.
 

Pai Nosso que estás nos céus, tu que nos dás nosso pão no dia de hoje, volte nossos olhares e nossos corações para todas aquelas pessoas que no mundo na têm pão nem lar, nem justiça nem esperança. Perdoa nossas dívidas e especialmente nossa necessidade insaciável de ter, de não querer carecer de nada, quando outros carecem de tudo.

Ajuda-nos a viver com simplicidade, a vencer as necessidades imaginadas e nossos gastos somente em nosso favor. Recria-nos, continuamente, de maneira que possamos ter muito mais espaço em nosso ser e em nossa vida para compartilhar mais e amar mais.

Dessa forma, seremos irmãos e irmãs, e trabalharemos contigo para que TEU REINO venha, na terra como no céu, para que tua vontade seja feita no mundo. Amém.
 

 DEUS NOS ABENÇOANDO E ENVIANDO...
 

P: Em nossos corações e casas...
C: haja BÊNÇÃO de Deus!
P: Em nosso ir e vir...
C: haja PAZ de Deus!
P: Em nossa vida e em nosso ser, pleno de esperança,..
C: haja AMOR de Deus!
P: Em nossa despedida...
C: se estendam os braços de Deus para nos guiar e proteger.
Todos/as: AMÉM!
Canto final: HPD 1 : nº 165

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Autor(a): Mara Parlow
Âmbito: IECLB / Sinodo: Centro-Campanha-Sul
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Natureza do Domingo: Advento
Perfil do Domingo: 1º Domingo de Advento
Título da publicação: Caderno de Celebrações Natalinas / Ano: 2008
Natureza do Texto: Liturgia
Perfil do Texto: Celebração
ID: 787
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Antes da criação do mundo, Deus já nos havia escolhido para sermos dele por meio da nossa união com Cristo, a fim de pertencermos somente a Deus e nos apresentarmos diante dele sem culpa.
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