Na última terça-feira, 23, membros do Consórcio de Entidades de Assessoria em Agroecologia no Estado do Rio Grande do Sul promoveram o encontro, que ocorreu na cidade de Passo Fundo. A reunião tinha como objetivo dialogar sobre ações já realizadas e sugerir novas estratégias de trabalho. São entidades integrantes do consórcio, além dos três núcleos do Capa (Erexim, Pelotas e Santa Cruz): o Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap), a Ação Nascente Maquiné (Anama), a Associação Regional de Educação, Desenvolvimento e Pesquisa (Arede) e o Centro Ecológico (núcleos Litoral e Serra). Tais organizações, ligadas à Rede Ecovida, criaram a aliança para dar maior força a projetos de promoção à agroecologia.
As cinco ONGs constituintes do grupo (representadas pelas oito entidades) são independentes, porém visam realizar determinadas ações de forma conjunta, como a formulação de propostas de políticas públicas junto a gestores governamentais, a criação e execução de determinados projetos e a participação em fóruns, câmeras temáticas e conselhos. No encontro foram discutidas questões relativas à Rede Ecovida, ao circuito de comercialização de produtos agroecológicos e aos projetos Ecoforte (política pública que busca fortalecer as redes de agroecologia) e Sema (proposta para o desenvolvimento de sistemas agroflorestais com a utilização de recursos geridos pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente). Entre os tópicos levantados estava a dificuldade de obtenção de verbas públicas para o melhor desenvolvimento dessas ações.
O assessor de projetos e representante do Capa Erexim na reunião, Vitor Hugo Hollas, afirma que a ação conjunta facilita e potencializa as atividades particulares de cada organização, além de aumentar a visibilidade dos trabalhos realizados, fortalecendo a agroecologia. Hollas ainda salienta que a construção de propostas e o desenvolvimento de projetos articulados ampliam a capacidade de intervenção para além dos territórios em que as entidades atuam individualmente, atingindo um maior número de pessoas.
O assessor atribui ao projeto formulado para o edital Redes Ecoforte (gerido pela Fundação Banco do Brasil (FBB), em parceria com o BNDES) um dos resultados mais positivos da ação integrada. O projeto apresentado e aprovado tinha como meta o resgate, a valorização e a agregação de valor às frutas nativas, como o butiá e o araçá.
Para Hollas, três fatores devem ser observados para fortalecer ainda mais a ação do consórcio: “O avanço na cristalização de ações coletivas, a formulação de propostas políticas que venham a fortalecer a agroecologia e a construção de referências cada vez mais sólidas, comprovando a viabilidade técnica, econômica, ambiental e social da mesma”.
Vicente Giesel Hollas
Acadêmico do Curso de Jornalismo UFSM – Campus Frederico Westphalen