Capa avalia atuação e planeja para os próximos anos

17/09/2014

O Seminário de Avaliação Institucional do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa), realizado de 15 a 17 de setembro, em Cascavel (PR), reuniu um público de 60 pessoas vinculadas aos cinco núcleos que compõem a organização: Marechal Cândido Rondon – responsável pela logística do seminário - e Verê, no Paraná; Erexim, Pelotas e Santa Cruz do Sul, que atendem regiões do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Junto com a coordenação e integrantes das equipes, participaram do encontro representantes de comunidades quilombolas, produtoras e produtores agroecológicos, conselheiras e conselheiros e pastores sinodais e pastor vice-sinodal da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), das áreas de atuação do Capa: o pastor sinodal do Sínodo Centro-Campanha-Sul, Bruno Bublitz; o pastor sinodal do Sínodo Sul-rio-grandense, Dietmar Teske; o pastor sinodal do Sínodo Rio Paraná, Lauri Becker; e o pastor vice-sinodal do Sínodo Uruguai, Jair Holzschuh.

Também estiveram presentes representantes da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), que tem o Capa como seu parceiro estratégico: a secretária executiva da FLD, Cibele Kuss, a coordenadora da área Programática, Marilu Nörnberg Menezes, a assessora técnica da área Socioambiental, Beatriz Osorio Stumpf, e o coordenador da área Administrativo-Financeira, Júlio Zellmann.

O seminário constituiu-se no ponto central do processo de Avaliação Institucional que se desenvolveu ao longo de um ano e meio, conduzido pelos consultores Claudia Job Schmitt e Jorge Romano, docentes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. O objetivo central foi analisar a maneira como o Capa está cumprindo sua função e sua missão, considerando o contexto atual e as perspectivas e demandas futuras.

 “Foi um processo muito rico e interessante”, disse o coordenador do Capa/Núcleo Marechal Cândido Rondon, Vilmar Saar. “acredito que, chegados os 36 anos, estamos entrando em um novo momento de vida e de trabalho.”

O mesmo sentimento foi expresso pela secretária executiva da FLD, Cibele Kuss. De acordo com ela, os debates e os diálogos foram extremamente produtivos. “As equipes se mostraram abertas ao processo de avaliação para pensar seu arranjo organizacional, seu projeto político-pedagógico e sua sustentabilidade financeira para os próximos anos.”

Troca de experiências

A programação do seminário também incluiu visitas a famílias atendidas pelo Capa de Marechal Cândido Rondon. Uma delas é a de Vilson e Beatriz Derlam, em Toledo (PR), que produzem leite à base de pasto com piquete e utilizam a homeopatia, dentro de uma visão holística, para cuidar dos animais.

A visita foi muito produtiva e os dados impressionam, disse a coordenadora do Capa/Núcleo Erexim, Ingrid Margarete Giesel. Com o uso da homeopatia, além da controle da saúde e do comportamento dos animais - que ficam calmos e dóceis - a redução nos gastos com a farmácia veterinária chega a 90%, diminuindo os custos de produção de forma drástica. A família é quem prepara os medicamentos em uma farmacinha na propriedade, relatou a coordenadora. O processo para melhoria da produção de leite inclui o tratamento da pastagem e o sombreamento dos piquetes, para proteção do sol, entre outros. A única dificuldade é a falta de um espaço para comercializar o leite que, sendo de qualidade superior, acaba caindo 'na vala comum', avaliou Ingrid. Para ela, este é um grande desafio que deve ser considerado.

Outro grupo esteve na propriedade da família Borchardt, que trabalha com turismo gastronômico e uma agroindústria. O local sete hectares oferece espaço, comida caseira e atração musical – seu Fernando é gaiteiro – para festas, eventos e reuniões. A família ainda produz e comercializa vinho, doces e geleias. “É uma experiência que pode ser replicada em outros lugares”, afirmou a coordenadora do Capa/Núcleo Pelotas, Rita Surita.

O coordenador do Capa/Núcleo Santa Cruz do Sul, Sighard Hermany, acompanhou o grupo que conheceu a experiência do biogás, no condomínio Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon, onde a energia é gerada a partir do excrementos de animais. “Além das famílias terem acesso à energia elétrica e gás, sem custo nenhum, o projeto (idealizado e apoiado pela Itaipu Binacional) evita a contaminação da propriedade, trazendo um grande ganho ambiental.

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