Eles cresceram juntos no mesmo bairro, escola e igreja. Alfredo era ganancioso. Tudo o que via queria para si. Desde garoto, sabia trapacear para alcançar seus objetivos. Rogério, pelo contrário, era um mão aberta. Estava sempre pronto a repartir. Era fim de ano, o último da escola. Alfredo decidiu partir em direção à capital. Vou estudar, trabalhar e ter o meu negócio. Quero ganhar muito dinheiro, ser rico e assim viver do bom e do melhor. Rogério tinha planos diferentes. Passaria um tempo ajudando os pais na roça. Mas, houve uma surpresa. Certo domingo, no culto recebeu um chamado. Preparou-se e seguiu à missão. Durante seu ministério, mal e mal tinha recursos para sobreviver. Mas, conseguiu ajudar muita gente. Muitos entregaram a vida a Cristo. Dois amigos, cada qual seguiu seu rumo, fazendo a vida. Alfredo teve três esposas e cinco filhos. Porém, na velhice, estava sozinho. Nenhum dos filhos lhe dava atenção. Enriqueceu, mas tinha um medo constante de ser assaltado e perder os bens e a vida. Vivia trancafiado na sua mansão, armado até os dentes, contando moedas e esperando a morte. Após passar a perna em muita gente, estava sem amigos, na solidão. Na mesma cidade, Rogério morava num lugar humilde. Recentemente, havia perdido a esposa para o câncer. Todavia, era acompanhado pelos filhos, que se alternavam nos cuidados com o pai. Mesmo aposentado e longe do ministério, vivia cercado de amigos. Vez por outra se perguntava: Onde andará meu velho amigo Alfredo?
Em 1973, Antônio Marcos apresentou “O Homem de Nazareth”. Aqui com Raça Negra (2013).