Escutei inúmeras vezes o ditado: “Deus não tem netos, mas somente filhos e filhas”. Por isso, diante do Pai, cada pessoa deve dizer o “sim”, colocando-se na situação de herdeiro do Reino. Todavia, não podemos esquecer que fazemos parte do Povo de Deus, outrora chamado Israel, hoje Igreja. Tal qual acontece com um povo ou na família, há tradições, regras e obrigações. Na antiga aliança, todo menino era circuncidado, mesmo não tendo consciência do que se tratava o rito. Na adolescência, ao ser instruído, ou mesmo, noutras oportunidades, na velhice pela reflexão é que se dava conta da bênção recebida. Do mesmo jeito, nossa “nova” aliança se dá com o Batismo. Não há nada a oferecer, somente receber. É (de) graça! Felizmente, muito cedo, na adolescência reconheci o cuidado do Pai. Reconheci que - graças à minha família - recebi o dom do Batismo. Logo mais, na adolescência recebi o incentivo ao Ensino Confirmatório, onde pela Palavra de Deus e orientação dos meus mestres, descobri o caminho da fé em Jesus, o único que leva ao Pai. Não é a igreja (denominação), muito menos as regras e tradições que me salvam. Só Jesus! Eis um dos pilares da Reforma. Agradeço todos os dias pela dedicação dos meus pais e pela descoberta do Evangelho.
Edgar Page-Stites (1836-1921) é o autor da letra de “Creia Sempre”.