Batismo, Mulheres e Missão.
Tomo a liberdade de compartilhar, mesmo que brevemente, informações sobre duas comunidades cristãs que, embora separadas em termos geográficos e de tempo, se apro-ximam na sua concepção e vivência de fé. Em um pequeno município não muito distante de Vitória- ES, chamado Anchieta, reúne-se uma comunidade luterana. O local das celebrações e demais atividades é a garagem de uma casa cedida por uma das famílias. Com forte participação feminina e de crianças, esta comunidade tem grande dinamicidade e espírito missionário. A garagem é um local para celebração de cultos, de regência de um coro infanto-juvenil, de ensino confirmatório, de estudos bíblicos e diferentes formas de encontros e diálogos. A hospitalidade neste local é uma experiência ímpar. Há poucos dias atrás, Dalila, uma jovem líder na área da música, fez sua profissão de fé no espaço da garagem, carinhosamente chamado de igreja, “a igreja na garagem”. No dia de sua profissão de fé, Dalila e sua família convidaram a comunidade para que o próximo culto se realize em sua casa, pois desejam confraternizar este acontecimento.
A outra comunidade fica um pouco mais distante. Trata-se de um grupo de mulheres que se reunia na periferia da cidade de Felipos, conforme Atos 16.11ss. Estudos históricos revelam tratar-se de uma organização feminina comunitária, política e religiosa, em certo sentido, parecida com a comunidade que se reúne na garagem, em Anchieta. Este grupo de mulheres, do qual Lídia era uma liderança, confeccionava tecido, o que incluía o longo processo de tingir, costurar e também comercializar. Provavelmente por isso que encontramos estas mulheres à beira do rio. Como organização comunitária, era também um lugar de defesa de direitos e interesses, de busca de autonomia financeira, de empoderamento e um lugar de oração, de celebração da fé. Lídia e as demais mulheres receberam seu batismo neste espaço comunitário. Em certo momento, Lídia convida Paulo e demais missionários para “ficarem em sua casa”, num gesto bonito de dar proteção e abrigo.
Nas comunidades que Dalila e Lídia congregam a vivência do batismo é explícita. Nelas se exerce a hospitalidade, o ensino, a partilha do pão, o sacerdócio geral... As crianças participam ativamente, a sua maneira. Lídia teve que insistir para que Paulo entrasse em sua casa, muito provavelmente porque havia ameaças e perseguições por parte do império romano. A comunidade de Anchieta também te convida. Entremos nas casas e nas garagens. Uma igreja acolhedora e missionária ali espera por ti.
Pa. Dra. Rosane Pletsch - Vila Velha/ES
Oração
Senhor nosso Deus e Pai! Nós te agradecemos pelos exemplos de fé e compromisso de Lídia então e de Dalila hoje. Dá, Senhor, que hoje possamos nos espelhar nesta irmãs de fé, para o nosso testemunho, e para a nossa hospitalidade e diaconia prática no dia a dia. Amém.
Voltar para índice Anuário Evangélico 2014