August Hermann Francke, filho de um juiz de Lübeck, desde cedo queria levar uma vida agradável a Deus. Aos 11 anos, pediu um quartinho, onde pudesse ficar sozinho para ler a Bíblia e orar. Aos 16 anos, começou a estudar Teologia e, depois, aos 22 anos, conseguiu a permissão para lecionar em universidades. Nessas alturas, não tinha mais nada daquela fé de criança. Queria agradar aos homens.
Na função de professor, às vezes, pregava numa das igrejas da região. Quando teve que fazer uma prédica sobre João 20. 31, numa cidade mais distante, Francke se deu conta que queria pregar sobre algo que ele não tinha. Durante vários dias ele lutou, orou e entrou em profunda depressão. Quase cancelou o culto. Pouco antes do dia marcado, Deus escutou a sua oração. De repente, todas as dúvidas sumiram. Ele sentiu uma imensa alegria e começou a louvar a Deus de todo o coração. Com muita alegria, deu o culto.
Numa cidade da região, em Dresden, atuava Philip Spener. Este pastor incentivou os evangélicos a formar grupos caseiros para estudar a Bíblia. Também introduziu a confirmação na Igreja Luterana e ficou com o nome de “Pai do Pietismo”. Muitos procuravam o seu aconselhamento. Francke, depois de ter ganhado de volta a sua fé em Deus, ficou 2 meses na casa de Spener. Depois seguiu para Leipzig. Após voltar de Dresden, o número dos estudantes que participavam de suas aulas, tornava-se cada vez maior, o que resultou na inveja e inimizade dos colegas. Ele foi proibido de lecionar naquela universidade.
Então, assumiu um dos pastorados de Erfurt, onde o crescimento do número de pessoas que queriam ouvir as suas prédicas também fez com que não fosse aceito pelos colegas.
Pouco depois, em 1690, ele recebeu um convite para duas tarefas: lecionar na Universidade de Halle e assumir a pequena paróquia de Glaucha, uma Comunidade próximo a Halle.
Em Glaucha, Francke deu atenção às crianças de rua e suas famílias. Iniciou uma escolinha. Na casa paroquial, colocou uma caixinha para doações a fim de suprir despesas. Um dia, achando 7 moedas de prata na caixa de coleta, disse: “Isto é um dinheiro que merece ser bem aplicado!” e contratou um estudante como professor das crianças.
Foi nesta época que Francke, como professor da Universidade de Halle, recebeu seguidamente pedidos para indicar estudantes da Universidade para ensinar os filhos das famílias bem situadas. Ele, então, convidou as famílias a mandar seus filhos para Glaucha, para terem aulas junto com as crianças pobres. Isso aconteceu e as famílias gostavam de ver seus filhos numa escola que funcionava na base da fé em Cristo.
Como havia muitos órfãos que, depois das aulas, não tinham onde ficar, foi alugada uma casa e iniciou-se um orfanato. Em 1692, havia 12 crianças neste orfanato. Os estudantes mais carentes da Universidade, em número de 24, recebiam ali um almoço. Foi neste orfanato que Francke iniciou o costume de, antes do almoço, fazer uma leitura da Bíblia e uma oração. O trabalho cresceu e, aos poucos, Francke organizou um seminário, onde podia formar não só professores, mas também missionários.
Quando Francke morreu, ele tinha organizado um seminário, uma escola de 2º grau com 400 alunos, o orfanato com 140 crianças, um sítio para plantação de verduras e criação de animais, uma editora, uma livraria, uma farmácia, um lar para viúvas, um refeitório que servia refeições diárias para 250 estudantes carentes da Universidade e 250 crianças pobres, várias escolas em outras cidades (ao modelo da Escola em Halle) e uma grande obra missionária na Índia.
A Editora de Halle produziu, pela primeira vez, Bíblias em grande número por um preço acessível. Para sua leitura, Francke aconselhava: ler sem pressa, para aprender como chegar à vida eterna; dialogar com Deus, sabendo que Deus também vai nos examinar, às vezes com provas difíceis, para verificar se aplicamos o que aprendemos.
