O DIA DA ASCENSÃO nos lembra o momento em que Jesus foi elevado às alturas pelo próprio Pai. Segundo o relato bíblico (Atos 1.6-11), naquela situação, os discípulos questionaram o Mestre sobre a sua volta. Jesus insistiu para que todos estivessem sempre preparados, pois a data do Juízo pertence exclusivamente à vontade do Pai. Ou seja, os “alarmistas” que pregam a respeito do fim NÃO PODEM E JAMAIS conseguirão acertar qualquer data. Eles não passam de oportunistas adivinhadores. Por isso, a atitude mais sensata é fugir de tais pessoas e seitas! Necessário é apenas saber, crer e viver de acordo com o fim certo, seja pela MORTE ou pela VOLTA DE CRISTO.
Aliás, em especial agora na presença do Coronavírus, onde acentua-se o temor diante da morte, a lembrança de que a nossa vida é breve vale mais do que nunca. A pandemia deu uma freada na correria geral. Muitos foram obrigados a parar e repensar o sentido da vida, reconhecendo o que de fato tem valor. Graças ao confronto político, novamente percebemos a relevância do questionamento de Jesus: Servir a Deus ou às riquezas? Dinheiro é bom e necessário. Nada funciona sem que o dinheiro circule. Mas, será que ele vale mais do que o próprio cuidado pela vida, tanto terrena, quanto eterna? Por isso, mesmo que seja urgente a busca de sustento à família e o giro do capital na sociedade, procure cuidar bem de sua família, sabendo que vale mais do que qualquer quantia de dinheiro. Se há risco, evite. Se é preciso fazer, que se faça com as medidas de segurança sugeridas pela OMS e Governo.
Outra questão que merece um comentário... Enquanto Jesus subia entre as nuvens, os anjos apareceram aos discípulos questionando a razão de terem seus olhos fixos no céu. Precisamos lembrar constantemente que nossa esperança está na Eternidade. Todavia, nossos pés continuam no chão. Jesus deixou muito claro que não somos do mundo. Mas, vivemos no mundo (João 17.15). Ou seja, somos alertados para que o nosso testemunho não aponte somente ao além, mas se torne concreto no dia a dia através de nossas palavras e atitudes. Não adianta apenas falar da salvação futura, se nossas atitudes não tornam concreto o amor de Deus em nosso meio. Achar o ponto de equilíbrio entre a Vida Eterna e a Vida Abundante (João 10.10) é um desafio constante à igreja e aos cristãos. Então, coração no Senhor, pés no chão e mãos à obra.
Volto de novo com minha reflexão à pandemia. A crise abriu uma série de portas. As necessidades pessoais e sociais afloraram. Em algumas famílias, renovou-se o compromisso com os idosos e doentes. Outros passaram a ver e estender suas mãos em solidariedade às necessidades físicas dos mais carentes. Amigos começaram a mandar mensagens e ligar àqueles que fazia tempo que não conversavam. Os pensamentos se voltaram ao solitário com suas carências. Mais do que nunca, o testemunho de uma fé simples e autêntica, sem crendices e extravagâncias, passou a ganhar espaço. Vale dizer que o nosso Salvador - como diz o Credo antigo da igreja – está assentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso. Mas, enquanto aqui viveu foi bem “pé no chão”, sempre curtindo as pessoas e o momento. Sempre com algo de bom a oferecer. Hoje, como cristãos e como igreja damos sequência ao seu chamado. Que Deus nos abençoe!
