As 95 teses HOJE

29/10/2014

Estamos nos encaminhando para a comemoração dos 500 anos da Reforma Luterana em 2017. Nada mais justo que voltarmos nossos olhos ao passado, ou seja, ao dia 31 de outubro de 1517, quando o monge Martin Luther pregou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg suas hoje famosas 95 teses. De fama, Lutero não queria saber. Estava preocupadíssimo com o evangelho, em minúsculo, do Papa e seus comparsas, em contraposição ao EVANGELHO, das Sagradas Escrituras, Boa Nova do nosso Senhor Jesus Cristo.

Todos sabemos das pregações contra as indulgências. No entanto, se apenas conseguimos entender a vida olhando para o passado, somente podemos vivê-la para frente. Por isso, a pergunta a queima roupa: quais são as indulgências que hoje tentam suprimir a grande BOA NOVA DO EVANGELHO? Façamos uma relação de crenças que hoje necessitam nossa reflexão e combate:

1. Não precisamos da igreja para ser salvos, mas do Evangelho que reúne o santo povo de Deus.
2. O culto e a forma de nos encontrarmos não salva, mas sim a pregação da Palavra de Deus e a participação nos sacramentos, que nos conscientiza do nosso pecado e nos liberta do nosso egoísmo, ao nos conceder gratuitamente a graça de Deus.
3. Em contrapartida, a forma do culto organiza nossa escuta, oração, lamento e louvor e nossa participação na Palavra encarnada dos sacramentos. Na bagunça e na gritaria ninguém ouve, ora, lamenta, louva e recebe os sacramentos.
4. Não é por causa da escuta, da oração, do lamento, do louvor, da participação nos cultos e nos sacramentos que eu recebo a salvação, mas é por causa da salvação já nos dada em JESUS CRISTO que eu ouço, oro, lamento, louvo e recebo os sacramentos. Sempre resposta.
5. Digamos um estrondoso NÃO á Espiritualidade da Escada, que faz com que as pessoas pensem que é por mérito que se chega a Deus e esquecem que Deus já desceu. Este é o NATAL!
6. Digamos um estrondoso NÃO à teologia da glória que estabelece critérios humanos para se receber a salvação, como jeito de orar, jeito de cantar, jeito de dançar, jeito de se vestir, jeito de ser igreja, jeito de ganhar dinheiro, pois aqueles que não tem não são abençoados. E pior: julgam os outros e se acham OS SALVOS! Digamos não a estes profetas que falam glória, glória, sem que haja glória. Digamos sim aos profetas que gritam Cruz, cruz, sem que haja cruz, pois a graça de Deus não nos tira dos sofrimentos humanos, mas nos dá Jesus como certeza para viver esta vida, mesmo em momentos de sofrimento, com esperança e amigos que nos sustentam.
7. Não é o tamanho da igreja e a gritaria que há lá dentro que define a comunidade cristã, mas o Evangelho, donde decorrem a oração, os sacramentos, o lamento e o louvor.
8. Digamos não a espiritualidade da escada que prevê os degraus para se chegar a Deus. Digamos sim a espiritualidade da Cruz que nos dá diretamente o Cristo que morreu por nós e ao qual devemos seguir, tanto na alegria como na tristeza.
9. Repito com Lutero: o verdadeiro tesouro do povo de Deus é o santíssimo Evangelho da glória (que é a Cruz) e da graça de Deus. Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, porque faz com que os primeiros sejam os últimos. Em contrapartida, o tesouro das indulgências, os pressupostos para o amor de Deus, é o mais benquisto, e com razão, pois faz dos últimos os primeiros.
10. São inimigos de Cristo e do verdadeiro povo de Deus aqueles que ficam pregando estas indulgências e se esquecem da palavra de Deus.

Uma abençoada reflexão e que Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, guarde cada um e uma de vocês bem na palma de Sua mão. Um abraço
 


Autor(a): Leandro Otto Hofstätter
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Dia da Reforma
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 30494
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