Desde o início do meu ministério, sempre trabalhei com comunidades e pontos de pregação no interior. Eram frequentes as viagens para cultos, estudo bíblicos e grupos diversos. Em Pouso Redondo, o OTTO (†) volta e meia batia lá em casa perguntando: Você me dá carona? Quero ir ao estudo. Cheguei a pensar que era apetite pela Palavra. Certa vez, em viagem, ele me disse: Não é bom o pastor andar por aí sozinho. Há muita gente maldosa. Então, descobri que, além de desejar conhecer mais a Palavra, ele tinha também cuidado para comigo. Agora sou casado. Via de regra, conto com a companhia da Cacá nas viagens. Mas, em alguns momentos sigo com outros caroneiros. São pessoas que desejam conhecer novos grupos e locais. Outros desejam louvar, orar e ouvir a Palavra. De maneira geral, são pessoas que necessitam de comunhão. Lembro e cito em especial a Arminda (†) com seus olhos azuis brilhantes. Por ter levado uma vida dura, ela tinha sérias dificuldades. Volta e meia era levada ao Pronto Atendimento. Sempre cercada da família e de amigos, as ofertas de carona eram frequentes. Mas, também não se acanhava em pedir quando necessário. Era sempre benquista aonde chegava! Sempre sorridente, com uma piada na ponta da língua. Mesmo na fraqueza, costuma ser grata a Deus e ter uma palavra de incentivo. Aliás, tinha razões para se queixar, principalmente pela pouca saúde. Mas, preferia se calar. Enxergava sempre pelo viés positivo. Partiu à eternidade deixando muitas marcas, principalmente a DISPOSIÇÃO e desejo de ter COMUNHÃO. Confesso que fiquei lhe devendo uma, pois seu desejo era conhecer a Colônia Castelhanos. Não conseguimos fazer a viagem juntos. Sua maneira simples de viver a fé deixou alguns questionamentos: De fato, valorizamos a igreja, que é a nossa família na fé? Aproveitamos bem as oportunidades de comunhão? Como motorista, sei que, se não abastecer o carro, vou ficar na rua, sem combustível. Se não me abastecer na fé, vou sucumbir espiritualmente. Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos (Salmo 133.1). Aproveite!