Os profetas anunciaram. Os mestres ensinaram. Eles esperavam um grande líder, que os libertaria das garras do inimigo. No passado foram os egípcios e os babilônicos que castigaram o povo de Deus. Agora são os romanos. Quando virá o Leão de Judá? Haverá um novo reino à semelhança de Davi, nosso Rei Guerreiro que destruiu os inimigos em nome de Deus? Todavia, Deus surpreende. Ele quebra expectativas. Deus vem como menino que nasce na periferia. Ele é criado nas ruas empoeiradas de Nazaré. Trabalha com seu pai José num galpão. Aprende salmos no colo de Maria. Vai ao deserto para confirmar o seu chamado. Quando João o vê apenas diz ao povo: Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29). Quem sabe os ouvintes, naquela hora, pensaram: Opa! Algo está errado. Não devia ser um leão? Ele não haveria de nos tirar do domínio de Roma? Nos desertos da vida, nos becos que aparentam não ter saída, em meio à fragilidade humana... Entendemos o recado de Deus... É o sacrifício de Jesus na cruz que abre uma nova realidade, além das nossas expectativas. O sangue derramado nos liberta do anjo (e dos caminhos) da morte. Os planos de Deus - desde a criação, desobediência, expulsão do Éden - têm uma nova etapa concluída quando Jesus desfalece na cruz e, no domingo, ressuscita. As pessoas constroem teologias, liturgias e templos suntuosos. Os “louvorzões” e as “batalhas espirituais” são apenas distrações. Deus está nos pequenos sacrifícios, nos atos de amor... Quem sabe, entendendo isso, Paulo disse: Orem, louvem, sirvam em todos os momentos (1 Tessalonicenses 5.17). Façam de suas vidas um sacrifício diário ao Senhor (Romanos 12.1-2). O cristão não segue o leão. Ele está ao lado do Cordeiro de Deus.