Quando menina, deparei-me com uma indecisão. Qual seria a melhor cor do lápis para pintar o meu desenho? Simplesmente, olhava aquele grande círculo - chamado sol - sem saber se pintava de amarelo ou laranja. Se pintava as bolinhas que fiz na árvore de vermelho para fazê-las como maçãs ou de verde para fazê-los como limões. Ainda, se pintava a minha casinha colorida ou apenas de uma cor. Tudo pode parecer muito simples ao adulto. Porém, é diferente com uma criança. Se paramos para refletir um pouco, notamos que aquele foi apenas o início de um aprendizado para as decisões futuras. Então, pintei o meu sol de laranja. As bolinhas da árvore, pintei de vermelho e as fiz maçãs. Na casa, usei todas as cores mais fortes que tinha direito. Sabe por quê? Porque devemos pintar o mundo na intensidade de um sonho, colorindo com as cores mais vibrantes possíveis. Afinal, do que adianta um belo desenho com cores fracas? O que irá chamar atenção mesmo serão os tons fortes, que traduzem alegria. Então, a intensidade das cores ou das escolhas depende da gente e aponta ao futuro (Carol Cardozo).
De 1997, “Aquarela” com Toquinho.