Após a Páscoa...

01/04/2005


Convido vocês a cantar um hino de louvor. Um hino de louvor a Deus e seu maravilhoso modo de agir.

Em 1 Pedro 1,3-9 o apóstolo entoa um hino de louvor pelas ações de Deus para o nosso bem estar. E toda nossa vida está entrelaçada neste hino.

Transbordante alegria abre seu caminho. Júbilo se alastra. Júbilo sem fim!

Juntem-se a estes cantores, queridas irmãs e irmãos! Jubilem em alto e bom som, falando das grandes e maravilhosas obras de Deus!

Eu sei: Ninguém pode ordenar alegria. Mas pode-se convidar para a alegria, e pode-se ser convidado para compartilhar alegria. Pode-se cantar sobre a alegria; pode-se cantar de alegria.

É desta forma que o apóstolo se comporta.
Devemos ficar à parte das coisas que Deus faz?

Louvado seja o Deus e Pai do nosso senhor Jesus Cristo! Por causa da sua grande misericórdia, ele nos deu uma nova vida

Poder recomeçar, viver uma vida completamente nova, renascer, ... como seria bom!
Muitas pessoas dariam tudo para tornar isso possível.

Mas, nós podemos começar de novo e podemos viver cada novo dia como ele foi criado por Deus.
No batismo esta nova vida começou. E, como Martim Lutero sempre fez, nós podemos nos lembrar a cada dia que Deus já disse “SIM” para nós e para nossa vida.

Uma vida é aquilo que não pode ser destruído. Uma vida existe e tem futuro, apesar de todas as adversidades.

Pois Deus nos definiu para que

através da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, tenhamos uma esperança viva.

Esta esperança não existe apenas no papel. Ela foi plantada dentro de nós e vive, e cresce!
Sabemos, por exemplo, que na primavera as plantas, as flores e as folhas florescem e espalham o verde. Assim crescem a nossa esperança e a nossa fé em Deus.
É certo que existem alguns invernos, onde sentimos como se a esperança tivesse desfalecido.

Mas através do Amor de Deus ela sempre é revigorada e transformada de novo em flor.
E, semelhante à natureza, o futuro não consiste apenas em um constante crescer e ficar maior. O alvo é atingido de outras maneiras, através de frutos, bagos, florir e expandir. Mas é nisso que consiste o futuro!

Um futuro que está prometido e garantido. Pois o que nos espera é

a indestrutível e imaculada e não transitória herança
que (nós) recebemos e que está guardada no céu para vocês.

Isto é Páscoa! Este é o significado da ressurreição para nós: nosso futuro está assegurado.
Garantido de maneira diferente dos meios existentes em nosso tempo, seguro de vida, de velhice, e o que mais as seguradoras nos prometem. É absolutamente garantido!
Irremovível, indestrutível, imaculado.

Quem não recebe com prazer esta herança?

... vocês que, por meio da fé, são guardados pelo poder de Deus
para a salvação que está pronta para ser revelada no fim dos tempos.

Nós não fomos abandonados.

Deus está conosco. Ele nos carrega, ele nos mantém. Ele fortalece nossa fé, a nossa vida, o nosso futuro.

Sim, esta é a nossa esperança, nosso consolo; esta é a base de nossa nova vida. Deus mesmo intervem por nós.

por isso vocês estão cheios de alegria

Sim, Deus provoca alegrias sobre alegrias.
Desde a ressurreição de Jesus de Nazaré, a alegria não tem mais fim. Ela é a tônica na qual se baseia nossa vida. Por isso podemos cantar, nos alegrar e sermos alegres – conforme já consta do salmo 148 que nós ouvimos / limos no início do culto.

Mas a alegria que provém de Deus não passa ao lado da realidade de nossas vidas, mas atravessa ela igualmente;

…mesmo que agora vocês tenham que sofrer provações, por um curto tempo.

Sim, aos olhos de Deus, aquilo que agora nos traz pesar ao coração, é apenas uma piscadela de olho, quase um nada! Em todo caso apenas um curto tempo, determinado, limitado – e, portanto, basicamente sem importância.

É difícil compreender e vivenciar isto quando sofremos realmente, de verdade! E o sofrimento não pode ser diminuído pela referência à vitória pascoal de Deus.
O sofrimento deve ser dominado e afastado. Isso deve ser válido.

E, considerando tudo o que nos aguarda, realmente quase não tem significado. Isto é o paradoxo da páscoa.

A morte e o sofrimento não têm a última palavra. Isto é importante!
Também não podemos dar uma importância exagerada aos tempos negros e difíceis, não devemos supervalorizar.

Eles apenas podem ser considerados da maneira que o apóstolo escreve:

Essas provações são para mostrar que a fé que vocês têm é verdadeira,
e será mostrado que é mais valiosa que o ouro que é provado pelo fogo,
e mesmo assim é efêmero.

Mais valioso é ter fé em Deus; mais importante do que tudo o que este mundo tem para oferecer, mais valioso que a saúde e o bem-estar, pois a fé nos leva à verdadeira vida, para a vida sem-fim, para a vida em Deus e com Deus.
E isso é o maior tesouro que existe para nós como pessoas.

Assim sua fé partilhará louvor, glória e honra, na revelação de Jesus Cristo.

E o apóstolo volta a falar do objetivo de nossas vidas, e nos conforta dizendo que tudo terminará bem.

Vocês o amam, mesmo sem o terem visto.

Sim, podemos descrever assim a nossa situação. Nós nuca vimos o Jesus e neste mundo não vamos ver ele. Mas, depois, após a vida natural, vamos ver tudo o que agora está escondido.

Vocês não o vêem agora, mas tem fé nele.

A nossa situação é diferente da do autor, mas é comparável à daqueles aos quais a carta é dirigida que também não eram contemporâneos de Jesus.

E jubilem com alegria indescritível e cheia da glória celestial,
já que alcançarão o alvo da fé, a sua salvação
 

Este texto me recorda um colega que deixou registrado em seu testamento que seu enterro fosse festejado como sua ressurreição.

Esta é alegria pura, alegria mesmo lá onde nada existe para ser festejado.
Pois a morte foi engolida pela vitória.

Morte, onde está seu ferrão? Inferno, onde está sua vitória?
Eles foram superados pelo poder e pelo amor de Deus.

Que Deus dê a todos essa fé!

Amém.

P. Gert Müller


Autor(a): P. Gert Müller
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo da Páscoa
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7902
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Não há pecado maior do que não crermos no perdão dos pecados. Este é o pecado contra o Espírito Santo.
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