Amalie Sieveking (1794-1859)

A senhora qeue conseguiu criar a primeira OASE (Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas)

01/03/2010

Amalie Sieveking nasceu na casa de um comerciante em Hamburgo, na Alemanha. Nos primeiros anos, com seus pais, Amalie e seus irmãos viviam num ambiente harmonioso e feliz. Já como criança, ela queria empenhar-se numa obra grande e sonhava com algo importante que pudesse organizar ou dirigir.

Tudo mudou, quando a mãe faleceu. Uma tia substituiu a mãe, tratando as crianças sem amor. Amalie perdeu a fé num Deus de amor que antes marcava a sua vida.

Nos anos em que Napoleão, com suas tropas, entrou na Alemanha, isolando o país na área do comércio, o pai perdeu muitos bens. Quando este faleceu, teve que ser vendida a casa da família Sieveking. Amalie ficou na casa de uma tia, para cuidar do seu filho doente. Esta tia tratou Amalie como uma filha.

Amalie, mesmo recebendo a atenção da tia, sofreu, em especial, com as dúvidas a respeito de Deus. Foi nesta época que o seu irmão Gustavo, estudante de teologia em Berlim, mostrou para Amalie a essência de uma fé viva. Só que ele faleceu muito cedo. A sua morte tranqüila, com muita paz, firmou mais ainda a fé de Amalie.

Nessa época, as meninas em geral, não tinham como freqüentar uma escola para aprender diversas matérias. Alfabetizadas, as meninas ficavam em casa, ajudando na lida da casa ou fazendo trabalhos manuais. Isso era o suficiente para, mais tarde, assumir um casamento. Quando o filho da tia, que Amalie cuidava, também faleceu, Amalie logo iniciou uma nova atividade: reunir meninas para ensiná-las.

Amalie, evangélica, não casada, vendo outras moças e mulheres viver praticamente sem tarefas e com pouca ocupação, conhecendo, de livros, o trabalho de freiras católicas, questionou-se: “Por que, na Igreja Evangélica, não existem ordens em que mulheres podem colocar-se a serviço dos seus próximos?” Ela começou a fazer planos para criar uma associação nos moldes de uma ordem de freiras. Quando recebeu, oficialmente, um pedido para colocar isso em prática, a sua resposta foi: “Para isso, eu tenho que amadurecer mais!”

Em 1831, houve um surto de cólera na cidade de Hamburgo. Amalie inscreveu-se para ser enfermeira e começou a trabalhar no hospital provisório que foi organizado para os doentes. As famílias da sociedade criticaram Amalie. Os homens que cuidavam dos doentes, muitas vezes simples desempregados que iniciaram este trabalho motivados pelo pagamento oferecido, não aceitaram bem a presença de Amalie. Também os médicos não gostavam de ver Amalie no hospital.

Não passou muito tempo e Amalie, pela sua humildade, pela dedicação e pela maneira simpática, ganhou os corações dos doentes e dos que cuidavam deles. Ela tornou-se supervisora do hospital, em que, agora, havia um clima positivo, marcado pelos princípios cristãos.

A partir dos contatos com os doentes, ela chegou a conhecer a pobreza e o sofrimento daqueles que viviam nos arredores de Hamburgo. A área de sua atividade aumentou. Ela achava que estas famílias precisavam de um acompanhamento regular. Criou, então, uma Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas, que iniciou com 12 mulheres. Esta ordem rapidamente cresceu e tornou-se modelo para muitas outras cidades.

Até a sua morte, em 1859, Amalie viveu em Hamburgo, cuidando das meninas da escolinha e do trabalho da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas. A leitura da Bíblia, acompanhada de oração, era o centro da sua atuação. Sempre orava de novo: “Pai, dirige o meu querer e o meu fazer, o meu amor e a minha vida. Que tudo fique na tua mão!”


Autor(a): Isolde Mohr Frank
Âmbito: IECLB
Título da publicação: Da nuvem de testemunhas / Ano: 2007
Natureza do Texto: Artigo
ID: 11544
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