Estimadas irmãs e irmãos em Cristo,
Leia Lucas 24.36-49
· Alguém ressuscita e aparece aos amigos. Certamente reagiríamos assim como os discípulos. Perguntaríamos quem seria ele, mesmo reconhecendo-o.
· Ninguém conhece alguém que tenha morrido e depois aparecido. Isto só poderia ser um fantasma.
· Os discípulos não conseguem se livrar do espanto e, ao mesmo tempo, das suas emoções de alegria ao rever o seu mestre.
· Jesus lhes deseja paz. Eles o recebem com medo, perturbação e grandes dúvidas. Os sinais da tortura e morte não os convencem a ter coragem para aceitar a mensagem bíblica da presença de Deus, mesmo na morte e depois dela.
O que faremos agora? Provar que Jesus realmente vive da forma como ele o fez, naquela época, se apresentando aos discípulos, nós não podemos. Neste sentido, temos de acreditar, temos que ter fé, e FÉ não se pode provar. A fé, no entanto, deve nos ajudar na vida, ela é concreta, ela não está só em nossos pensamentos ou sonhos, podemos ver isto num exemplo prático:
Duas pessoas se amam, espero que todos consigam imaginar isto ou também já terem sentido isto – amor entre duas pessoas. Quando se ama, pode ocorrer a frase: “Eu te amo tanto que não consigo viver sem ti, eu quero dividir a minha vida contigo. Eu jamais vou te abandonar”.
Dizer a frase da declaração do amor é fácil, ela é fácil de ser dita. A dificuldade está naquele ou naquela que ouve que o outro, ou outra, ama. Aí, logo se procura pela razão, do por quê ou da prova. Prove que me amas! Afinal, o amor é uma das coisas mais importantes na vida de uma pessoa. A gente não gosta de embarcar logo nas primeiras declarações, porque a gente não quer se decepcionar. Procura-se por provas, e logo se percebe que a gente não consegue provar ou mesmo dizer porque ama. Um olhar diferente, um bater de coração mais forte, um frio na barriga, não são provas suficientes para crer que alguém queira viver com a gente vida toda.
O amor só irá persistir quando estas duas pessoas tiverem confiança entre si. Confiar na promessa que lhe foi dita, ou no amor que lhe foi declarado. É interessante de se observar que esta confiança tem sido sempre, e o é até hoje, a base para a felicidade entre muitas parcerias ou entre os casais.
Não é diferente com a fé. Mesmo que hoje não apareça um senhor diante de nós e diga: vejam, não sou um fantasma, podem tocar em mim e jantem comigo; mesmo não estando aqui, podemos ter confiança de que este Senhor vive!
Aí certamente ele poderá dizer-nos: “Eu vivo e vocês também deverão viver.” Assim eu posso dizer: “Eu me deixo envolver por esta certeza, eu quero estar em tua proximidade, eu peço Senhor, não me deixes, que eu também não te deixarei. Dirija minha vida, eu creio”.
Assim como no amor entre duas pessoas, também aqui a ligação nunca se romperá. Jesus Cristo nunca provou a fé na vida eterna e que nós ressuscitaremos com ele. Mas a fé nos conduzirá através de todas as dificuldades e também nos conduzirá, sem medo ou temor, para a vida eterna. É esta a segurança futura na vida de cada um, a vida eterna. Por isso, Ele voltou.
Este contexto todo da vinda de Cristo a este mundo, da sua entrega em favor de nós, é motivo de muita gratidão, Este Deus nos considera tanto, sempre de novo nos oferece seu amor e nos promete a salvação eterna. Existe neste sentido uma historinha que poderia nos ajudar na compreensão sobre a vida eterna:
Aconteceu que uma mulher esperava gêmeos. As semanas passavam e os meninos cresciam em seu útero. Desta forma também crescia a conscientização deles e sua alegria. Dizia então um deles ao outro:
- Isto não é maravilhoso que nós fomos concebidos? Não é maravilhoso que nós vivemos?
Os gêmeos estavam começando a descobrir o seu mundo. Quando viram seu cordão umbilical que os ligava à sua mãe e lhes fornecia os nutrientes (alimentação), eles começaram a cantar de alegria:
- Quão grande é o amor da nossa mãe, que divide a sua vida conosco!
Mas quando as semanas se passavam e se tornaram meses, eles perceberam o quanto se transformaram.
- O que significa isto? perguntou um deles.
- Isto significa, respondeu o outro, que a nossa permanência aqui neste mundo logo chegará ao fim.
- Mas eu não quero ir, respondeu um. Eu quero ficar aqui.
- Nós não temos outra escolha, respondeu o outro. Mas talvez exista uma outra vida depois do nascimento!
- Mas como isto poderia ser?
- Nós perderemos o nosso cordão e como poderemos viver sem ele? Além disso, outros antes de nós já deixaram este útero e nenhum deles voltou para nos dizer que existe uma vida depois do nascimento. Não, o nascimento é o fim!
Assim ele caiu em profunda depressão e disse:
- Se a concepção termina com o nascimento, qual o sentido da vida no útero? Não tem sentido. Vai ver que nem existe mãe atrás de tudo isso.
- Mas ela tem de existir, protestou o outro. Senão, como estaríamos aqui? E como poderíamos permanecer com vida aqui?
- Você viu a nossa mãe? Perguntou um. Vai ver que ela só vive em nossa imaginação. Nós a imaginamos porque assim nós conseguimos entender melhor a nossa vida.
Assim, os últimos dias no útero foram vividos com muitas perguntas e muito medo. Finalmente veio o momento do nascimento. Quando os gêmeos deixaram o seu mundo, abriram os olhos. Eles gritaram. O que eles viram superou tudo aquilo que eles sequer haviam sonhado.
Alegremos-nos com a nova vida que nos espera, mas não deixemos de viver a que estamos vivendo, só vamos vivê-la com certeza e fé para termos uma vida tranqüila e segura. Partamos, portanto, com a certeza que Cristo nos guia com mão misericordiosa e fortalecedora. Na sua misericórdia, Ele olha para cada um de nós e diz: Paz seja com vocês, eu estou com vocês!!
Amém!
Pensem e vivam isto, enquanto lhes desejo: Que a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus. Amém!Pastor Sigmar Reichel