Alguns anos atrás, a funerária e a capela mortuária da família Loose eram administradas pelo patriarca Arno, já falecido. Ele era um sujeito amável, bom de conversa e brincalhão. Muitas e muitas vezes acompanhei-o no carro fúnebre aos cemitérios do interior levando algum falecido ao descanso. Com certa constância, ele fazia questão de lembrar: Meu carro não tem reboque! Aquilo que a pessoa ajunta aqui fica aqui. Leva uma muda de roupa que provavelmente de nada servirá na eternidade. Tal é a verdade. Na vida acumulamos riquezas e conhecimento. Por vezes, a ganância não nos permite dividir com o próximo aquilo que recebemos de Deus, achando que vamos conseguir guardar para sempre os nossos tesouros, habilidades e diplomas. Alguns até se vangloriam: Que Deus nada! Foi tudo do meu esforço. Com suor tenho o que tenho. Na verdade, Deus concede a força, a inteligência e as oportunidades. Já percebi inúmeras vezes que o pouco que alguém ajunta em meses de trabalho pode ficar numa passagem pela farmácia. Assim é a vida. Por outro lado, já vi também inúmeras pessoas que, com o coração cheio de alegria, conseguem ajudar nas atividades comunitárias, investindo dons, tempos e recursos. De fato, a dedicação às questões da fé redunda em adquirir “tesouros nos céus” (Mateus 6.19-21). Assim, Jesus orientou.