Ainda resta uma canção de esperança

20/05/2014

Diariamente as pessoas são confrontadas com as dores deste mundo, seja pelas notícias sensacionalistas, que evocam o que há de pior humanidade, dando conta das tragédias provocadas pela violência ou também pela crescente sensação de que os problemas são muito maiores que suas soluções. Isso produz um temor de que a vida não tem futuro. Tudo parece indicar para um fim catastrófico, o que provoca insegurança e medo.

Este cenário ainda possui um combustível que inflama para a angústia – o imediatismo. Perde-se casa vez mais a noção do “processo” tudo é imediato. A vida deixa de ser vivida um passo de cada vez, com planos, frustrações, recomeço, tristezas e alegrias. A busca pelo imediato, carregada pelas angústias e medo, faz com que as pessoas queiram tudo agora. Com isso a idéia do inteiro, a integralidade, é substituída pela percepção de fragmentos; ou seja, se você está feliz tudo é felicidade e se você está triste tudo é tristeza. A pessoa vai da euforia à depressão sem escalas. Para a pessoa tal sensação causa o medo de que ela nunca terá paz.

Como pessoas crentes em Jesus Cristo, os cristãos e cristãs possuem, como conteúdo de sua fé, a esperança. Os seguidores e as seguidoras de Cristo são esperançosos, têm a certeza da vinda de um novo mundo e esta esperança os leva a agir conforme o que crêem. Por isso, não se deixam desanimar diante da propagação, intencional, das tragédias humanas, que querem malvadamente tirar das pessoas sua confiança própria e seus sonhos de um futuro melhor.

A esperança cristã resiste aos sofrimentos e as ameaças que querem destruir a vida. A esperança torna-se um sublime canto que encanta a vida, quando as pessoas deixam-se guiar por ela e assim já experimentam o que se espera.

A esperança proporciona a valorização da vida e a descobrir que é justamente no processo da vida, que contempla as alegrias e as tristezas, os sonhos e as desilusões, que se vive de verdade.

O processo da vida se experimenta verdadeiramente na comunhão com outras pessoas e a isso se chama comunidade. A esperança de um novo mundo cria e recria a comunidade e nela com certeza já se vive sinais do novo mundo que se aguarda.
 


Autor(a): P. Carlos Alberto Radinz
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 28064
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