Advento - tempo de espera e reflexão

Meditação

16/12/2009

Vivemos há alguns dias o tempo de advento. Mas muito antes de nos lembrarmos e estarmos preparados para vivermos este tempo de Advento fomos, insistentemente, pressionados a ouvir o apelo do comércio para o tempo de compras. O comércio preocupado com seus ganhos, seu lucro e cada qual mais pensando em se antecipar, começou logo após o “dia de finados” a ornamentação e a comercialização de tudo o que está ligado ao natal. Do tempo de Advento, pouco sobra, a maior importância está em todos os preparativos e enfeites, comercializados aos montes, sem nada lembrar o verdadeiro sentido do Natal. Mas, quando em tantos momentos de reflexão e encontro nos reunimos com as pessoas de nossas relações, ouvimos anseios de que o tempo de Advento possa ser um tempo de espera e de reflexão. Pessoas falam de Advento com saudade de tempos idos quando muito além do comercial havia o sentido de ser tempo de reflexão.

Sentimentos dos mais variados surgem quando somos chamados a refletir sobre este tempo. Para alguns Advento vem com a necessidade de trabalho físico maior, e só conseguem pensar e planejar no que se faz necessário de “limpeza, pintura e mudanças” em seus lares. Mas a reorganização e a limpeza de seus sentimentos como ficam? Para outros o Advento traz consigo um ritmo maior de atividades que vão “entrando em férias”. São diários, atas, relatórios, planejamentos e encerramentos que fazem as pessoas se sentirem atropeladas e estressadas, sem espaço e tempo para pequenos momentos de convívio e comunhão com sua família. Outros ainda pensam em Advento como um período de paz, recolhimento e preparação. Chamados a convivência, encontram várias desculpas para serem envolvidos em gestos concretos de amor cristão. Como queremos paz no Advento se ainda não conseguimos nos relacionar, conviver, e falar de situações e sentimentos que impedem nosso convívio como família?

Quando Jesus Cristo promete aos discípulos que eles não ficarão sozinhos após a sua morte, mas terão e sentirão a presença do Espírito Santo, ele afirma que lhes deixará a sua paz: “Deixo com vocês a minha paz. È a minha paz que lhes dou; não lhes dou a paz como mundo a dá.” Jo 14.27.

Que paz é está que nos impede de pedir perdão, conceder perdão e buscar um novo recomeça para nossas relações que estão destruídas pelo egoísmo, pela ganância, pelo desejo de ter, sem nos preocuparmos com nosso “irmão”, de sangue ou de coração que vive conosco o tempo de Advento? Que Deus conceda a cada um, cada uma um abençoado tempo de Advento e que busquemos a cada dia viver na paz que vem daquele que em meio à humildade, nasceu por todos nós!

 

Pastora Sandra Mara Puff Sornberger
Paróquia Evangélica de Filadélfia


Autor(a): Sandra Mara Puff Sornberger
Âmbito: IECLB / Sinodo: Uruguai
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7407
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Deus governa com a sua Palavra santa os corações e as consciências e as santifica e lhes dá a bem-aventurança.
Martim Lutero
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