Advento e Natal: novidade?

Meditação

08/12/2006


Os cristãos nesta época preparam o natal de Jesus Cristo. São as semanas de Advento que antecedem ao Natal. Conforme a tradição cristã, antes do tradicional pinheiro de Natal, deveria aparecer a coroa de Advento que nada mais é do que um trabalho artesanal, sendo necessário apenas alguns ramos de cipreste, fitas vermelhas e quatro velas. Então nasce a coroa que lembra do Cristo menino que seguirá em direção à cruz da Sexta-feira Santa, morrendo para que a humanidade tenha vida e vida em abundância. Aqui deparamos com o cerne da mensagem cristã a partir do Testamento Cristão da Bíblia. Sem dúvida, esta mensagem é novidade, é furo jornalístico em todos os tempos e em todas as situações, pois necessitamos deste Jesus menino, ou do Cristo crucificado e ressurreto para usufruirmos de uma vida plena e realizada. Então a fé cristã não é uma espécie de entorpecente que nos anestesia diante da realidade deste mundo, mas oportunidade de perdão, e reconciliação da qual o nosso planeta tanto necessita. No entanto, vivemos o “agito” do Natal. Houve até uma supervalorização desta mensagem em detrimento de outras. Nas comunidades cristãs, por exemplo, a ascensão de Cristo é, por vezes, festa esquecida da cristandade. Assim surge a pergunta pelo procura do verdadeiro Natal que certamente não está escondido atrás do aparato comercial, mas nas coisas simples deste mundo. Redescobrir a manjedoura de Belém e o Jesus menino que, logo nas primeiras semanas de vida, como criança pobre, deve fugir da realidade opressora. Redescobrir este Natal é tarefa deveras interessante nestes dias que antecedem esta que é chamada de festa magna da cristandade.

Assim, uma recomendação valiosa de como experimentar um Natal mais significativo e próximo do seu sentido verdadeiro é a experiência pela qual, conforme os relatos do Testamento Judaico, o povo de Israel passa, ao ter sido libertado do regime de opressão capitaneado por Faraó, o rei do Egito. Este povo, na peregrinação pelo deserto em direção à terra prometida aprende a aquietar-se e esperar, mesmo quando Faraó resolve reassumir a perseguição. O texto impressiona: “Não tenham medo, fiquem firmes e vocês verão que o Senhor vai salvá-los hoje...” (Êxodo 14.13). Os cristãos constatam que Deus deixou que este ato salvífico acontecesse. E não apenas no seio do povo de Israel, mas também conosco humanos quando nasce a criança de Belém. Portanto, “não tenham medo e fiquem firmes” é mensagem atual e valiosa, também quando estamos encerrando o ano de 2006. É furo jornalístico em meio a esta realidade marcada pelo medo, pela incerteza diante do futuro, pela ansiedade e apreensão perante os dias que o novo ano nos trará.

Fica o convite: Neste final de ano façamos nossas as palavras bíblicas citadas nesta reflexão. Que experimentemos esta tranqüilidade, serenidade, longanimidade que a fé oferece, iniciando o novo ano com firmeza e perseverança. Que descubramos um jeito bem pessoal de dar esta mensagem adiante semeando, desta forma, a alegria de viver na lida diária de nossos semelhantes.

Assim desejamos um natal mais significativo e um novo ano marcado por esta graça de Deus que “no poder do Espírito, proclama a reconciliação”. (Tema da IECLB: 2007)

P. Romeu O. Hoepfner


Autor(a): Romeu Hoepfner
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ciclo do Natal
Natureza do Domingo: Advento

Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 7375
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