Era quaresma. Com todo capricho, o pastor preparou o sermão. Estava entusiasmado com o tema. Leu bons comentários, buscando uma reflexão clara e profunda. Para fechar a pregação, escolheu uma bela ilustração de um antigo missionário sobre a questão do sacrifício, acrescentando, por fim, um exemplo pessoal. Naquele domingo tudo correu muito bem. As pessoas acomodadas nos lugares de costume. O templo estava adequado à Paixão. A liturgia e os louvores estavam harmonizados. Sob a condução do Espírito, o pastor dirigiu a celebração e pregou com bastante ânimo. Todos ouviam com atenção. Percebia-se que estavam entendendo. No momento de despedida, ao sair da igreja, uma idosa começou a derramar lágrimas. O pastor convidou-a para uma conversa particular. Ela elogiou o culto. Por fim, disse que foi tocada por Deus. O pastor deu glórias e perguntou: Afinal, o que foi que a comoveu? Pastor! Foram as tuas palavras. Opa! Mas, qual parte? Questionou curioso o ministro. Em especial, aquele momento em que você disse: Agora, “trocando de saco para mala”. O pastor assustou-se. Como? Ele nem sequer lembrava-se de ter dito isso. Continuou a idosa: A explicação do texto bíblico foi excelente. As duas ilustrações, ótimas. Entendi a importância do sacrifício de Cristo por mim e quero mudar de vida. Ao passar do texto bíblico aos exemplos, você disse “trocando de saco para mala”, eu entendi que também deveria ter na minha vida uma mudança. Preciso deixar de ser uma cristã nominal para viver na prática a minha fé. Evangelho não é teoria. É prática. Então, de agora em diante, vou levar mais a sério a Palavra. Obrigado, pastor! Nem sempre do jeito que desejamos, mas o controle continua nas mãos do Senhor. Na hora certa, do jeito certo, Ele fala ao nosso coração. Ainda bem!