Em meio aos conflitos entre Ministério da Saúde e a presidência, questionei o descompasso do Bolsonaro. De imediato, sem papas na língua, um amigo me chamou de “fascista”. Como meu vocabulário “politiques” é curto, fui ao dicionário para descobrir do que era xingado. No Houaiss, Fascismo é movimento político que faz prevalecer os conceitos de nação e raça sobre os valores individuais e que é representado por um governo autocrático, centralizado na figura de um ditador. Entendendo o significado da palavra, pensei em mandar um espelho ao amigo. Mas, o caminho não é por aí. Somos seres políticos. Podemos e devemos defender nossas ideias. Como cristãos, precisamos nos envolver e decidir sabiamente as questões sociais, não apenas espirituais. A omissão jamais condiz com o Evangelho. Contudo, é necessário muito cuidado, pois precisamos estar sempre com o coração em Deus e com os pés no chão. De fato, o que acendeu minha “luz de alerta” foi atitude radical do amigo, desprezando toda nossa história de convívio. O que eu experimentei é algo que muitas amizades, famílias e comunidades eclesiais têm enfrentado. Até que ponto somos capazes de endeusar pessoas e linhas ideológicas, sejam de direita ou de esquerda, sacrificando algo muito maior que é o “amor” e o “respeito”? Penso comigo: O que Jesus faria se estivesse vivendo tal situação? Hoje é Quinta-feira Santa, onde recordamos a Última Ceia (Mateus 26.26-30). Numa mesma mesa, havia todo tipo de gente e caráter. Todos necessitavam da salvação, pois ninguém era santo. O pão (corpo) e o vinho (sangue) foram dados para reconciliação, entre Deus e a humanidade, entre a criação e as pessoas, também às pessoas entre si. Que o Espírito Santo continue operando pelo amor de Cristo em nossos corações, trazendo entendimento. Que prevaleça, acima de ideologias humanas, cada vez mais o amor (e o respeito). Não esquecendo: Fiquem em casa!