A serviço da vida plena

Artigo

06/05/2005


Faculdades de medicina dos Estados Unidos começam a incluir em seus currículos cursos de espiritualidade e medicina. Pesquisas realizadas por cientistas em grupos de pacientes mostrou que a fé pode aplacar doenças..

No suplemento especial sobre saúde, a revista Carta Capital de número 297, de 30 de junho de 2004, reservou duas páginas para a abordagem do tema. Revisão de 46 estudos encontrou evidências científicas confirmando que indivíduos profundamente religiosos têm quase 30% de chance de viver mais tempo do que os não religiosos, informa o texto.

A reportagem destaca dois experimentos, um realizado na Coréia do Sul e outro nos Estados Unidos. No primeiro, 199 mulheres, com idade semelhantes, que tinham dificuldade de procriar, foram divididas, por sorteio, em dois grupos. Elas foram submetidas a tratamento padrão para engravidar, mas um grupo recebeu um adicional: o apoio de grupos de oração em várias partes do mundo. Nem as pacientes nem os médicos envolvidos na pesquisa sabiam desse apoio. As mulheres que receberam intercessões engravidaram duas vezes mais do que as colegas do outro grupo.

Teste semelhante foi aplicado em 150 pacientes com graves problemas no coração, nos Estados Unidos. Foi constatado o mesmo resultado: o grupo de pacientes que teve pessoas orando por elas teve menor número de complicações pós-operatórias.

Como e por que a oração melhorou os resultados? Não há explicações biológicas para esses resultados, diz a reportagem de Carta Capital. Também é significativa a constatação de que não foi identificada, nas experimentações relatadas, alguma igreja ou movimento ou corrente filosófica que fosse mais eficaz em melhorar a saúde das pessoas. A fé parece ser o denominador comum nas pessoas que se beneficiaram, conclui a reportagem.

A Bíblia compara Deus a um médico que cura o povo (êxodo 15.26). Ao encontrarem Jesus, os cegos, paralíticos, leprosos e doentes mentais experimentaram a força renovadora do reino de Deus. Sentiram em seu próprio corpo que Deus traz nova vida, saúde, acaba com o sofrimento, cumprindo o desejo humano de ser são e salvo.

O dom de curar doentes é, pois, algo muito natural na Bíblia e faz parte dos dons espirituais da comunidade cristã. Todavia, é essencial lembrar que tais curas sempre acontecem na comunhão de fé e de oração e para a honra de Deus, e não para o engrandecimento ou enriquecimento de determinada comunidade ou de determinado indivíduo.

Além disso, a comunidade cristã é o lugar em que os doentes, seus familiares e amigos, bem como o médico e todos os que cuidam dele podem sair do isolamento. Na comunidade cristã eles podem, de uma maneira concreta e humana, encontrar solidariedade, apoio e acompanhamento de pessoas dispostas a compartilhar o sofrimento, procurando fé e esperança.

A Bíblia valoriza os doentes de forma especial. Porém, ninguém é poupado da doença e, por outro lado, a saúde não é a única razão da felicidade. Alguém que aprendeu a conviver com sua doença pode ser uma pessoa muito feliz e uma fonte de alegria para aqueles que cruzam seu caminho.

É bom e salutar que religião e ciências se complementam. A ciência sem religião é capenga, e a religião sem a ciência é cega (Einstein).

Ari Knebelkamp
pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB)
na Paróquia da Paz
em Joinville - SC

Jornal A Notícia - 06/05/2005


Autor(a): Ari Knebelkamp
Âmbito: IECLB / Sinodo: Norte Catarinense
Área: Missão / Nível: Missão - Diaconia / Subnível: Missão - Diaconia - Saúde e alimentação
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8201
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