A perda do sagrado

21/07/2009

Mariane Beyer Ehrat
Pastora Sinodal
sinodovi.mariane@terra.com.br

A sociedade atual nos confronta com perguntas que não se faziam em décadas passadas. A pós-modernidade está presente também na Igreja e atinge a prática de vida comunitária. Esta nova forma de viver a vida traz prejuízos incalculáveis para o ser humano.

Este tempo nos lança a um ambiente virtual, no qual relativizamos valores e verdades. Perdemos a noção do que é sagrado, santificado. Não só a biomedicina nos coloca diante de novas situações, mas também, a nossa maneira de agir no dia-a-dia.

Consideremos alguns exemplos. Pessoas desejam ser cremadas e querem que as cinzas sejam levadas ao mar ou postas em jardins. Casais não buscam mais o Templo sagrado para sua Bênção Matrimonial. As famílias, chamadas ‘Patchwork’ – nas quais há filhos de vários casamentos, crescem assustadoramente. Homenagens ao Dia dos Pais, na escola, não acontecem mais porque muitos alunos não moram com seu pai. Membros se portam como sócios nas comunidades – só analisam o custo-benefício e decidem pela Igreja que lhes concede mais vantagens.

Na pós-modernidade vale o belo e o momentâneo. A experiência do momento é determinante, não mais o eterno. Valem as coisas que nos conquistam emocionalmente. Mata-se a história e a memória. Só importa o presente, aquilo que dá prazer momentâneo. Nada mais é sagrado, tudo passa a ser objeto. Nada mais é pecado.

Esta nova ordem social origina-se da “morte de Deus”. Porque morre a história e a dignidade humana. Cria-se uma sociedade sem leis. Não respondemos mais diante de Deus, mas apenas de nós mesmos. Com a morte de Deus, levam-se à morte todas as referências, valores e o sagrado.

Quem ainda vai ao pastor/a confessar a sua culpa e buscar a absolvição? Se a pós-modernidade é pós-cristã, cabe-nos como Igreja preservar e recuperar os valores cristãos e os referenciais sagrados. Não é por acaso que a IECLB em seu Plano de Ação Missionária determinou que a evangelização seja uma de suas prioridades. Corações conquistados pelo amor de Deus não passam longe dos Templos consagrados. Eles têm respeito pela vida. Sabem dos valores e da dignidade humana. Estimam a criação. Vivem e cantam a esperança da fé.


Autor(a): Mariane Beyer Ehrat
Âmbito: IECLB / Sinodo: Vale do Itajaí
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8294
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