“É fácil trocar as palavras… Difícil é saber como se encontrar!” Fernando Pessoa
A revolução digital abriu possibilidades ainda não totalmente avaliadas. Literalmente na palma da mão, cada indivíduo tem poder de acessar instantaneamente informações produzidas em todo planeta e, a um só tempo, se tornar, nas redes sociais, repórter, editor, revisor, articulista, divulgador e missionário.
Mas, ao contrário do que muitos pensam, essa multiplicação dos “amadores da comunicação” torna mais importante a qualificação para lidar com os conteúdos a serem divulgados. O debate saudável no meio virtual depende da confiabilidade e valorização da informação.
“Precisamos promover um ecossistema digital saudável e equilibrado, no qual os algoritmos - sem rosto - não acabem decidindo que informações e conteúdos são relevantes para uma pessoa, comunidade ou sociedade,” adverte um manifesto de entidades que representam a mídia das três Américas. (01)
Pesquisas revelam que a quantidade de informações nas redes sociais é inversamente proporcional à qualidade: o público que as utilizada como principal fonte, a rigor, é menos informado. Em um círculo vicioso, o público das redes é mais exposto às distorções que comprometem a capacidade de discernimento.
Mais grave é quando a amplificação da desinformação é impulsionada por certos grupos, setores e organizações da sociedade. Todos os indicadores evidenciam a escalada deliberada de uma indústria profissional dessa desinformação.
Novos e revolucionários acessos à informação provocam profundas mudanças. Os 500 anos entre o surgimento da imprensa de Gutenberg e a incrível propagação digital são marcos que “balizam” a vida de todos nós.
A Reforma Protestante, sua origem e desdobramentos, em todas áreas e setores da sociedade, a partir do século XVI, nasceu do embate e defesa da liberdade e emancipação dos seres humanos e suas comunidades. Uma herança que compromete e aponta a complexidade e fundamental importância dessas conquistas na área da comunicação.
“Com todas as letras”, somos marcados pela percepção, capacidade e inconformismo diante do prejuízo que a desinformação impõe à sociedade e a cada cidadã e cidadão.
“Palavras ‘apropriadas’ são como o mel: doces para o paladar e boas para a saúde.” (Provérbios 16.24)
A paixão em defesa da palavra caracteriza a nossa missão. Ela transcende o campo religioso e ajuda promover relações saudáveis, afirmativas e belas entre todos os seres humanos.
Fonte: “O custo da informação confiável, O Estado de São Paulo, 22.09.21 > Hermann Wille