A Paixão pela Palavra

23/09/2021


“É fácil trocar as palavras… Difícil é saber como se encontrar!” Fernando Pessoa

A revolução digital abriu possibilidades ainda não totalmente avaliadas. Literalmente na palma da mão, cada indivíduo tem poder de acessar instantaneamente informações produzidas em todo planeta e, a um só tempo, se tornar, nas redes sociais, repórter, editor, revisor, articulista, divulgador e missionário.

Mas, ao contrário do que muitos pensam, essa multiplicação dos “amadores da comunicação” torna mais importante a qualificação para lidar com os conteúdos a serem divulgados. O debate saudável no meio virtual depende da confiabilidade e valorização da informação.

“Precisamos promover um ecossistema digital saudável e equilibrado, no qual os algoritmos - sem rosto - não acabem decidindo que informações e conteúdos são relevantes para uma pessoa, comunidade ou sociedade,” adverte um manifesto de entidades que representam a mídia das três Américas. (01)

Pesquisas revelam que a quantidade de informações nas redes sociais é inversamente proporcional à qualidade: o público que as utilizada como principal fonte, a rigor, é menos informado. Em um círculo vicioso, o público das redes é mais exposto às distorções que comprometem a capacidade de discernimento.

Mais grave é quando a amplificação da desinformação é impulsionada por certos grupos, setores e organizações da sociedade. Todos os indicadores evidenciam a escalada deliberada de uma indústria profissional dessa desinformação.

Novos e revolucionários acessos à informação provocam profundas mudanças. Os 500 anos entre o surgimento da imprensa de Gutenberg e a incrível propagação digital são marcos que “balizam” a vida de todos nós.

A Reforma Protestante, sua origem e desdobramentos, em todas áreas e setores da sociedade, a partir do século XVI, nasceu do embate e defesa da liberdade e emancipação dos seres humanos e suas comunidades. Uma herança que compromete e aponta a complexidade e fundamental importância dessas conquistas na área da comunicação.

“Com todas as letras”, somos marcados pela percepção, capacidade e inconformismo diante do prejuízo que a desinformação impõe à sociedade e a cada cidadã e cidadão.

“Palavras ‘apropriadas’ são como o mel: doces para o paladar e boas para a saúde.” (Provérbios 16.24)

A paixão em defesa da palavra caracteriza a nossa missão. Ela transcende o campo religioso e ajuda promover relações saudáveis, afirmativas e belas entre todos os seres humanos.

Fonte: “O custo da informação confiável, O Estado de São Paulo, 22.09.21 > Hermann Wille
  


Autor(a): Hermann Wille
Âmbito: IECLB
Área: Publicações / Nível: Publicações - Artigoteca
Área: Comunicação
Natureza do Texto: Artigo
ID: 64439
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