ENCONTRO nº __ Dia: __/__/____
Departamento de Mulheres/OASE do Sínodo da Amazônia
Ministro P. Adriano Adão da Rosa – Comunidade de Manaus – RO
Mensagem: Tiago 3.9-12
Doce e salgado
O hábito de misturar alimentos doces e salgados não é estranho para muitos descendentes de imigrantes alemães que vivem na região Sul – é comum o churrasco gaúcho ser acompanhado de pedaços de bolo, pão com doce e linguiça. Há também quem goste de juntar ao almoço pedaços de frutas, como pêssego e abacaxi. A região norte também tem as sua misturas, manga com sal, X banana.
Misturar doce e salgado é interessante, e aparentemente não causa nenhum problema a quem deles se alimenta.
Porém, o texto nos fala de uma mistura perigosa: uma língua abençoa e também amaldiçoa. Tiago lembra que não existe fonte que jorre água doce e salgada ao mesmo tempo, só um tipo de água pode sair dela.
Assim também deveria ser conosco. Não está certo sermos fonte de palavras doces, que glorificam a Deus, e ao mesmo tempo de palavras amargas, que amaldiçoam os outros.
Como é possível que uma mesma boca louve a Deus e minta? Cante os mais belos hinos e insulte alguém? Isso só prejudica nosso testemunho diante dos outros. Imagine alguém que está quase decidindo crer em Cristo e ser cristão. Um dia, essa pessoa assiste um jogo de futebol entre cristãos em que ocorrem brigas e insultos. Depois vê essas mesmas pessoas “louvando” na igreja. Se ela achar que ser cristão é agir como aqueles que vivem sem Deus – ou pior, ser hipócrita – dificilmente o evangelho fará sentido para ela.
Usando a Língua como Deus Pretendia
Voltemos ao princípio. A língua não é inerentemente má (A língua transmite o que o coração está cheio). Há algumas coisas que podemos e devemos fazer com nossas línguas. Considere alguns exemplos:
- Devemos louvar e adorar a Deus. Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome (Hebreus 13:15).
- Devemos orar. Orai sem cessar (1 Tessalonicenses 5.17).
- Devemos confessar Cristo na presença dos incrédulos. Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos (Marcos 8.38).
- Devemos confessar nossos pecados e buscar o perdão. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel, e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 João 1.9).
- Devemos edificar nossos irmãos. Assim, pois, seguimos as cousas da paz e também as da edificação de uns para com os outros (Romanos 14.19).
- Devemos abençoar os outros, até mesmo nossos inimigos. Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis (Romanos 12.14).
- Devemos sempre falar a verdade. . . . seja o vosso sim sim e o vosso não não, para não cairdes em juízo (Tiago 5.12).
Que da nossa boca brotem apenas palavras que edificam, e não insultos, ofensas, calúnias. O alerta de Paulo é claro: “Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem” (Ef 4.29). Reflita: como está sua “fonte”? Misturando palavras doces e salgadas? Ou você tem glorificado a Deus com seu falar? Decida ter apenas um tipo de “água” em sua fonte – a boa!
• Para ilustrar quero utilizar uma história tirada do devocional Amor sem Fronteiras –. Alcides Jucksch:
Na antiguidade um rei mandou um dos seus criados se comunicar com um homem sábio.
Ordenou que lhe mandasse o órgão mais nobre de um ser vivente. O sábio atendeu a ordem do rei e mandou-lhe a língua de um animal. O rei mandou novamente o mensageiro, pedindo agora que lhe fosse entregue o pior órgão de um ser vivente.
O sábio mandou-lhe novamente uma língua.
Um pouco de limpeza no meio da sujeira se perde; um pouco de sujeira contamina tudo.
Amém.
Texto adaptado pelo P. Adriano Adão da Rosa
do Devocional Pão Diário do dia 15 de julho de 2011.