O fanatismo e a violência caminham com a história da humanidade e correm bem soltos no meio religioso. Mas, quem está por trás? Quem ganha? Deus ou o diabo? Dias atrás um colega me enviou a notícia de alguns “supostos” evangélicos que atacam, destroem e expulsão fiéis de religiões de matiz africana nas favelas cariocas. Perguntei-me: Quem serão os próximos a serem expulsos? Espíritas, católicos, tradicionais? No momento que escrevo estas palavras, assisto um longa-metragem alemão (7h30) sobre a Reforma Luterana. A princípio, as discussões eram teológicas entre Lutero e os seus colegas de universidade, depois com representantes do Papa. Em seguida, as questões se davam entre as autoridades civis e religiosas, ambas com interesses conflitantes. De fato, havia outros interesses além das questões espirituais. Adiante, dentro do movimento da reforma, grupos liderados por Karlstadt e Müntzer radicalizaram saqueando templos e agredindo pessoas em nome da fé. Qual “fé”? Com certeza nada a ver com Jesus. Por sua vez, Lutero acionou o poder civil gerando a Guerra dos Camponeses. Uma “guerra religiosa” que ceifou muitas vidas. O fanatismo e a violência não são um fenômeno exclusivo no meio cristão. Entre os muçulmanos, há aqueles que tiram a sua própria vida e de outros em defesa de Maomé. Destroem monumentos históricos. Expulsam pessoas de suas casas. Abusam do nome de Alá. Justificam-se com interpretações pinçadas do Alcorão, assim como “certos” cristãos usam o Antigo Testamento para combater incrédulos, rebaixar pessoas e até defender o uso de armas. Na noite fatídica da prisão de Jesus, Pedro pegou a espada, cortando a orelha de Malco. Com certeza, não queria atingi-lo de raspão. Mirou na testa. Diante da agressão, Jesus decretou: “Todos os que lançam mão da espada pela espada morrerão” (Mateus 26.52). O único caminho para conquistar um coração endurecido é o amor. Logo em seguida, Jesus “colou” a orelha do servo. Violência gera violência. É a antiga lei do olho por olho. A nova aliança proclamada por Jesus está firmada, pelo contrário, no amor. Daquela noite movimentada, qual impressão ficou marcada no coração do jovem Malco?