Informações sobre o tema:
A vinda do Espírito Santo aos primeiros discípulos aconteceu durante uma festa judaica. Junto com a Páscoa e a festa dos Tabernáculos, a festa de Pentecostes era uma das três grandes festas de peregrinação do povo judeu ao santuário de Jerusalém. Os israelitas maiores de doze anos e os jovens convertidos deveriam participar delas com regularidade. Os judeus que viviam distantes procuravam participar pelo menos em uma das três festas. Mulheres e escravos, embora pudessem participar, estavam dispensados dessa obrigação, sinal claro de sua posição inferior na sociedade. A festa de Pentecostes era também denominada de festa das primícias, pois celebrava o início da colheita do trigo. Ao ofertar em Pentecostes as primeiras colheitas como ação de graças, o israelita expressava sua fé. Ele anunciava que Deus não só concede a vida, como também a sustenta com as dádivas da criação.
A vinda do Espírito Santo na festa de Pentecostes vem como cumprimento da promessa de Jesus. Em João 14. 1-30, temos as palavras de despedida de Jesus. Juntamente com a despedida surgem a aflição e o temor dos discípulos em seguir o projeto missionário de Jesus. Diante desse temos e também da fidelidade e do amor que Jesus vê em seus discípulos, ele promete não deixá-los sozinhos; ele enviará o Auxiliador, o Espírito da verdade (João 14. 15-18). Essa promessa então se cumpre na festa de Pentecostes.
Com o evento de Pentecostes percebemos que Deus mesmo desce à Terra e alcança o ser humano através do Espírito Santo, reúne as pessoas, comunica-se com elas e promove reconciliação. A ação do Espírito Santo tem como objetivo central a igreja. Em Atos, a igreja é a comunidade na qual Jesus, através do Espírito Santo, opera seus atos maravilhosos. Antes desse evento na festa de Pentecostes não havia comunidade cristã; havia discípulos, mas não uma igreja. A vinda do Espírito Santo marca o início da comunidade cristã, início da igreja. O objetivo do Espírito Santo é capacitar as pessoas que fazem parte dessa igreja a anunciar as boas-novas de Jesus. A experiência vivida ficou conhecida como Pentecostes por ter acontecido durante essa festa. (Extraído: EBC vol. 1 pg. 117).
O Espírito Santo manifesta-se aos discípulos de uma forma bastante perceptível: vento, barulho, fogo. Os discípulos sentem os efeitos imediatamente: falando em línguas. Não qualquer língua ou algo que não se entenda. Muito pelo contrário. O Espírito Santo capacita-os a pregar para cada pessoa em sua própria língua. Assim, cada judeu, e também cada estrangeiro, pode entender a mensagem da salvação.
A capacidade de falar uma língua estrangeira de uma hora para outra é tão inusitada, que quem o ouviu recorreu a uma explicação banal: “estão bêbados”.
Novamente o Espírito Santo age: os discípulos passam a ensinar como antes Jesus ensinava. Pedro resume tudo o que aprenderam. Ele cita as Escrituras, o profeta Joel e o rei Davi. Pedro exorta ao arrependimento e ao Batismo.
A Bíblia diz que nesse mesmo dia “quase três mil se juntaram aos seguidores de Jesus”. Por isso Pentecostes é chamado de “aniversário da igreja”. A chegada do Espírito Santo inaugura um novo tempo no relacionamento de Deus com o seu povo; inaugura a igreja cristã.
A tarefa dada aos discípulos – ser testemunhas – é valida para nós hoje. Deixemos o Espírito Santo agir em nós!
Para nós, que orientamos esses encontros bíblicos, o texto de Atos é especialmente motivador. O Espírito Santo capacita-nos e coloca palavras em nossos lábios. O Espírito Santo ajuda-nos a colocar em prática tudo aquilo que estudamos e aprendemos e ajuda-nos a falar de modo claro às crianças.
O contexto do evento de Pentecostes vivenciado pelos discípulos ajuda-nos a entender que não basta esperar passivamente a ação do Espírito Santo. Falar e agir em nome de Deus requer reunião, preparo, planejamento e oração. Era o que os discípulos estavam fazendo, conforme lemos em Atos 1. 14 a 16. (Extraído: EBC vol. 2 pg. 98).
Conforme a doutrina cristã é pelo batismo que as pessoas tornam-se parte do Corpo de Cristo. E a presença do Espírito manifesta-se nos dons. O profeta Joel anunciou que o Espírito de Deus seria derramado sobre todas as pessoas, sem distinção de sexo, idade ou classe social (Joel 2.28s). Pedro afirmou que essa profecia se cumpriu em Pentecostes (Atos 2.16-18). Podemos contar com essa presença abrangente do Espírito ainda hoje? Sim! O batismo em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, segundo a incumbência de Jesus (Mateus 28.19), nos coloca no âmbito da graça de Deus e da atuação do seu Espírito. É ele quem desperta e conserva a fé, conforme escreveu Lutero: “Pois nem você nem eu jamais poderíamos saber coisa alguma a respeito de Cristo, nem crer nele e recebê-lo como Senhor, se, mediante a pregação do Evangelho, isso não fosse veiculado pelo Espírito Santo e colocado no nosso coração” (Catecismo Maior).
Mas como saber se o Espírito Santo atua em nossa vida? Existe uma tendência de vincular a ação do Espírito com milagres, fenômenos estranhos e experiências diversas. O apóstolo Paulo nos orienta a reconhecer sua atividade nas coisas simples do cotidiano. Para ele, o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio (Gálatas 5.22-23). É disso que precisamos no dia a dia, tanto na vivência familiar e comunitária, como no exercício da profissão, nos negócios ou no trânsito. O extraordinário desses dons é que eles nos permitem viver de acordo com a vontade de Deus e construir relacionamentos baseados em paz, amor, inclusão, tolerância e justiça.
A grande obra do Espírito Santo é suscitar testemunho e promover comunhão. Onde há coragem para testemunhar e disposição para viver em comunidade, ali o Espírito está agindo. O Espírito Santo é também o “Consolador”, que ajudou a superar a tristeza e a insegurança causadas pela ausência de Jesus (João 14.20). Em nossas incertezas, angústias e tristezas, podemos igualmente contar com o Consolador. O Espírito Santo nos assiste em nossa fraqueza e encarrega-se de colocar as nossas necessidades diante de Deus (Romanos 8.26).
O Espírito Santo protege, orienta e faz lembrar os ensinamentos de Jesus. É através dele que nós podemos fazer as mesmas obras que Jesus fez. A possibilidade de fazer as mesmas obras de Cristo não é tão absurda quanto parece. Toda a atuação de Jesus é resumida em uma simples e poderosa palavra: servir. Se o servir é a essência das obras de Jesus Cristo, quem serve estará praticando as mesmas obras. Através do nosso serviço ao próximo revelamos o amor de Deus ao mundo, o Espírito Santo nos une e fortalece em nossa missão. (Adaptado: Quem somos nós? Princípios da Fé Cristã e da Confessionalidade Luterana, pg. 51 – 57).
Objetivo: O Espírito Santo ajuda-nos a testemunhar e falar sobre a nossa fé em Deus.
Material necessário: Trajes para a menina que narra a história da Festa de Pentecostes (lençóis coloridos); papel para fazer as línguas de fogo, lápis de cor, giz de cera, tesouras de pontas redondas, moldes das línguas de fogo, arames para as haste do móbile ou palitos de picolé, fio dourado para pendurar as “línguas de fogo”; caixa de presente com espelho dentro.
Narração:
Festa de Pentecostes
Neste ano, a festa de Pentecostes superou todas as anteriores.
A cidade de Jerusalém estava lotada. Vieram pessoas de todas as partes do mundo. As ruas ficaram movimentadas e já não havia mais lugar nas hospedarias.
Fui com minha mãe à feira e foi difícil voltar para casa sem esbarrar em alguém.
Meu pai ouviu o sacerdote do templo dizer que ele esperava ter uma festa tranquila. Cinquenta dias atrás, tinham matado Jesus de Nazaré e espalhado todo o grupo de seus seguidores. Batendo em seu peito, o sacerdote disse que não queria nem mais ouvir falar no nome de Jesus. Mas, o sacerdote não estava tão tranquilo, porque algumas mulheres espalharam a notícia de que Jesus teria ressuscitado. Por isso, colocaram mais guardas para vigiar a cidade.
Nem o sacerdote nem o comandante sabiam, mas o grupo de seguidores de Jesus estava reunido em uma das casas de Jerusalém. Estavam reunidos de portas e janelas fechadas, e seguiam orando e pensando como levar adiante a mensagem de Jesus.
Eu também estava naquela casa com a minha família. Estávamos cantando e orando, quando de repente, ouvimos um barulho que parecia ser de um vento muito forte. Logo depois, apareceram línguas como de fogo sobre cada um dos seguidores de Jesus. Perguntei para minha mãe:
- O que é aquilo?
Ela respondeu:
- É um sinal da promessa de Jesus, que disse que não deixaria seus amigos sozinhos.
Todas as pessoas que estavam na casa ficaram cheias do Espírito Santo. Ouvi alguns dos seguidores de Jesus falar em línguas estranhas. Minha mãe me disse que podia ser estranha para nós, mas que ali havia pessoas estrangeiras que compreendiam a mensagem de Jesus em sua própria língua.
Saímos muito contentes daquela casa. Todos estavam alegres por causa da vinda do Espírito Santo. Agora tinham coragem e sabiam com anunciar a mensagem de Jesus. (Texto baseado em Atos 2.1-6). (Extraído: O Amigo das crianças, ano 69, nº 03 pg. 10 e 11).
Canção: Vento que anima (Hinos do Povo de Deus 2, nº 321)
Vento que anima e faz viver,
vento que empurra e faz mover,
vento que dá vida, vida de alegria,
sopra sobre nós dia e noite, noite e dia.
Vento que é Espírito de luz e amor,
vento que acalma e é consolador,
vento que consagra todos neste dia,
enche-nos de paz, de amor e alegria.
Autor da Letra e Melodia: Zeni Soares
Criando gestos: Divida a turma em dois grupos. Cada grupo recebe uma estrofe da canção para criar gestos e movimentos. Depois, a turma toda canta junta e cada grupo faz os gestos de sua estrofe no momento certo da canção.
Atividade: Móbile com Línguas de fogo: use os moldes para riscar; pinte com tinta, lápis de cor ou giz de cera; recorte e monte; perfure as pontas das chamas e pendure nas pontas dos palitos unidos em forma de cruz; cada chama pode ter um comprimento diferente de fio.
Pacote de presente: caixa enfeitada para presente, espelho no interior da caixa. Mostrar a caixa enfeitada e dizer que nela podemos ver onde está o Espírito Santo que foi o presente prometido por Jesus aos discípulos. Todas as pessoas são convidadas para olhar dentro da caixa, uma pessoa de cada vez, mas não podem falar para as outras pessoas o que viram lá. Depois que todas as pessoas olharam a caixa, converse com elas sobre o que sentiram com o que viram dentro dela.
Explique que no Batismo cada uma e cada um de nós recebeu o Espírito Santo e Ele se manifesta em nós através de coisas simples do cotidiano. O Apóstolo Paulo fala dos frutos do Espírito que são: amor, alegria, paz, paciência, delicadeza, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio (Gálatas 5. 22-23). É através do Espírito Santo que nós podemos fazer a vontade de Deus. Isto significa imitar Jesus. O servir é a essência da ação de Jesus Cristo, quem serve estará praticando as mesmas obras. Através do nosso serviço ao próximo revelamos o amor de Deus ao mundo, o Espírito Santo nos une e fortalece em nossa missão.
Oração: Querido Jesus, agradecemos-te que tu mandaste o Espírito Santo, que deu coragem aos discípulos para falar de ti abertamente para as outras pessoas. Ajuda-nos a aceitar e deixar que o teu Espírito guie nossa vida, dá-nos coragem em todos os momentos da vida. Amém. (EBC Vol. 4 pg.67).