A fé em Jesus Cristo transforma a nossa vida

23/08/2010


Ler Jo 3.16-21

Aqui se fala da fé em Jesus Cristo, do julgamento, da salvação pela fé e da prática da fé. O texto começa dizendo: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Assim, a fé em Jesus nos concede a vida eterna. Mas o evangelista liga a fé à prática da verdade. Temos assim uma ligação indissolúvel entre fé e vida, entre fé e prática.

A fé tem a ver em reconhecer a Jesus Cristo como Filho de Deus que nos concede a vida eterna. Cremos que Deus deu o seu único Filho para que possa haver salvação para a humanidade. Esta salvação se dá pela fé em Jesus Cristo. Por sua vez a fé em Jesus Cristo tem a ver com uma nova prática; esta nova prática é que indica a nossa fé. Uma nova prática de vida não reproduz as obras das trevas, mas as obras da luz. A palavra de Jesus contrapõe as obras dizendo que há obras das trevas e obras da luz; são duas coisas opostas.

Como Jesus é a luz do mundo então as obras feitas a partir da fé nele são totalmente diferentes das obras das trevas, que são as praticadas segundo as propostas do mundo. Estas obras são visíveis pela agressão à vida criada por Deus. As obras das trevas trazem a morte e são baseadas na dinâmica de nosso mundo, o capitalismo: são a exploração, a violência, as drogas, a sociedade classista, a guerra, a opressão de gênero, a destruição do meio ambiente por causa do lucro. Quando o objetivo primeiro e último é o lucro então sabemos que estas obras são das trevas, pois são feitas em detrimento da vida. O Evangelho, por outro lado, diz: “Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus”. O cristão não precisa esconder as suas obras, pois suas obras promovem a vida e estão em oposição às obras baseadas nas trevas que fortalecem o projeto do mundo capitalista.

Crer em Jesus não traz o julgamento e a fé em Jesus se vê pela nova prática: a prática do reino de Deus anunciado e vivido por Jesus de Nazaré. Esta prática de Jesus questionou a compreensão de Deus e a prática de fé dos fariseus e sacerdotes. A prática de Jesus questionou a sociedade baseada, na época, na escravidão. Assim, hoje a nossa prática vai questionar o sistema deste mundo, que não é de Deus, que é o capitalismo. Se nossa prática de fé não questiona o capitalismo então não temos a prática da verdade baseada na luz, pois as obras da luz não reproduzem as obras das trevas, que são as obras que legitimam a realidade de nosso mundo baseados na opressão, exploração e violência.

Somos desafiados, a partir do Evangelho, a mostrar as nossas obras que vem da fé no Filho unigênito, que partem da salvação que já nos foi dada pela fé. Estas obras partem da prática nova dos sacramentos: o Batismo que mostra a nossa pertença a Deus e a Ceia do Senhor que mostra a prática do reino: a partilha.


P. Günter Adolf Wolff
Condor - RS


Autor(a): Günter Adolf Wolff
Âmbito: IECLB / Sinodo: Planalto Rio-Grandense
Testamento: Novo / Livro: João / Capitulo: 3 / Versículo Inicial: 16 / Versículo Final: 21
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8192
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