A face jovem de Deus: Jesus Cristo

23/06/2009


Os Evangelhos falam muito pouco da infância e juventude de Jesus. Segundo vários relatos ele nasceu numa cidade pequena, Belém, mas nesta cidade não pôde nem aprender a andar, teve que seguir em fuga com os seus pais para o Egito, pois a sua vida corria perigo. Passados alguns anos deu um grande susto nos pais. Após uma grande festa na cidade de Jerusalém Ele sumiu e só foi encontrado três dias depois. Os pais, após percorrerem delegacias, hospitais e casas de parentes, o encontraram no Templo. A mãe, assustada, pergunta: "Filho, por que fizeste assim conosco?" Uma reação imediata natural depois de um longo período de busca. É a censura de uma mãe extremamente preocupada. Porém, ao encontrarem-no, maravilharam-se por vê-lo no meio de doutores falando das grandezas de Deus (Lc 2.4). Quando alcançou mais uns anos, abandonou a profissão de carpintaria herdada de José e lançou-se em busca do seu destino. Andou por vilas e cidades e chamou outras pessoas, alguns bem jovens, formou sua galera, uma turma bem animada, com diferentes pensares e vocações, para o cumprimento de sua missão: salvar o mundo.

Nessa nova caminhada alcançou muitas pessoas, grandes amigos, mas também inimigos mortais. A relação com as autoridades religiosas e políticas, com a família e com o povo teve muitos momentos de tensão. Vários são os relatos de questionamentos feitos as autoridades políticas e religiosas. Na relação familiar, nem sempre aceitava os conselhos da mãe. “Não preciso que a Senhora diga o que devo fazer”. Na relação com situações de corrupção e negociatas interveio com voz e gestos precisos, expulsando da praça muitos cambistas, gente de má-fé. Isto porque os valores da casa de Deus estavam absolutamente deteriorados. Não foi um “conformista desse século”, mas reivindicou seus ideais e idéias frente à insegurança humana. Colocou-se ao lado dos mais fracos, marginalizados e pecadores e, contra moralismos, pediu para atirar pedras àquele que não tivesse pecado. Observa-se que suas reivindicações e questionamentos, bem fundamentados, não buscavam benefícios próprios, mas em prol dàqueles privados de dignidade.

Sem dúvida, um jovem audacioso, questionador como muitos, que tem no coração inconformado o desejo profundo de mudanças, não somente com belos discursos, mas, principalmente, com gestos e atitudes de amor capazes de revolucionar o mundo.

Com esse lado bem humano e divino manifestado em milagres e curas tornou-se popular. “Notícias suas se espalhavam por todo o país e pelas regiões vizinhas”, mas a fama não lhe subiu à cabeça, sempre manteve a humildade chegando, inclusive, a lavar os pés de seus discípulos. No entanto, a fama trouxe também aspectos negativos, sendo acusado de andar em más companhias, de ser um comilão e beberrão. Além disso, foi desafiado a fazer coisas absurdas, coisas de jovens, transformar pedra em pão, pular do lugar mais alto do templo, mas saía dos desafios com sabedoria, ou seja, foi um jovem como tantos outros, que, para além dos desafios e estresses cotidiano, também gostava de praia, de andar de barco e era bom de pesca.

Jovens, nosso Deus se revela jovem em Jesus Cristo. A proposta de Deus para o jovem de hoje é a mesma, ou seja, não ser um conformista com esse século, mas transformado, uma voz ativa na luta pelo bem estar da criação, pois vivemos uma época marcada pelos “rebeldes sem causa”, sendo que tem muitas causas justas sem rebeldes.Quais causas, situações precisam de rebeldes, questionamentos em nosso contexto? Quais causas são vazias de sentido e não merecem a nossa rebeldia?

P.Edelcio Tetzner – Pastor da IECLB em Resende/RJ


Autor(a): Sínodo Sudeste
Âmbito: IECLB / Sinodo: Sudeste
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Meditação
ID: 8406
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Hoje, tenho muito a fazer, portanto, hoje, vou precisar orar muito.
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