A boca fala do que está cheio o coração

01/07/2014

O hino 415, do hinário Hinos do Povo de Deus 2, que cantamos nos nossos cultos, aponta para as tantas possibilidades do uso das palavras:
Palavra não foi feita para dividir ninguém, palavra é uma ponte onde o amor vai e vem, onde o amor vai e vem.

1. Palavra não foi feita para dominar, destino da palavra é dialogar,
palavra não foi feita para opressão, destino da palavra é união.

2. Palavra não foi feita para a vaidade, destino da palavra é a eternidade,
palavra não foi feita p'ra cair no chão, destino da palavra é o coração.

3. Palavra não foi feita para semear a dúvida, a tristeza e o mal-estar,
destino da palavra é a construção de um mundo mais feliz e mais irmão.

As palavras expressam o que há no coração. Como diz o evangelho: “porque a boca fala do que está cheio o coração”. (Lucas 6.45). Isso significa que com as palavras podemos construir diálogos para beneficiar ou destruir a vida de alguém. As palavras se parecem com os tijolos. Com elas se constroem sonhos e ideais. Pelas palavras em forma de conversações, discursos, regulamentos e leis vão-se levantando as diferentes construções da nossa sociedade. Mas, também, é com as palavras que se constroem mentiras, enganos e fraudes. As palavras são fortes e poderosas. Elas têm o poder de carregar tanto a maldade como a bondade. E no uso que podemos fazer das palavras e diálogos a Educação Cristã é essencial.

Como pessoas criadas por Deus, a sua imagem e semelhança, temos o dom da fala, da linguagem, do diálogo. Quando nascemos somos recebidos pelas falas dos nossos seres queridos. Mais tarde, são as palavras e diálogos que nos ajudarão a crescer e desenvolver. Entretanto, no batismo Deus nos chama pelo nosso nome e cada pessoa é colocada em diálogo com ele. Assim, o desafio de toda pessoa cristã será fazer com que as palavras e os diálogos, que surgem do coração e saem da boca, trabalhem junto com a Palavra de Deus. Alguém disse uma vez que Deus não tem outras palavras além das nossas. E, o apóstolo Paulo escreveu: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine”. (1Coríntios 13. 1). Somos provocados e provocadas por Deus a fazer com que as nossas palavras e diálogos carreguem a maior Palavra, o amor de Cristo, criando, assim, pontes de unidade.

Educar para o diálogo e o respeito é anunciar e viver a unidade como dom gracioso de Deus, que somos chamados a receber e a preservar (Efésios 4.1-6). (Plano de Educação Cristã Contínua da IECLB, p.17)

Que pela Educação Cristã, nossas frágeis palavras possam ser instrumentos da Palavra de amor que é viva e eficaz.

P. Dr. Pedro Alonso Puentes Reyes
Pastor na Paróquia Bom Samaritano, Rio de Janeiro – Sínodo Sudeste
 

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