O Programa ambiental Galo Verde realizou seu 8º Seminário “BIOMA AMAZÔNIA E OS RIOS VOADORES” no dia 8 de setembro de 2020 e reuniu 54 pessoas participantes virtualmente.
Prof. Dr. Juarês José Aumond (Geólogo, mestre em geografia, doutor em engenharia civil e professor de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional na FURB) palestrou sobre:
- mudanças climáticas;
- desmatamentos;
- agropecuária brasileira.
Inicialmente, o Pastor Sigfrid Baade comentou sobre os objetivos do grupo Galo Verde (a reflexão luterana sobre a pegada ambiental e formas de mitigá-la). A ambientalista Maria Velasco comentou sobre o avanço da consciência ecológica e apresentou
o palestrante.
Em primeiro lugar, Aumond citou sobre o tamanho continental do Brasil, os seus biomas (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal)
e as experiências que ele teve quando entrou em contato com a cultura indígena da Amazônia (saberes indígenas milenares).
O bioma Amazônia possui muitas matas de diferentes aspectos fitofisionômicos (particularidades típicas). O rio Amazonas, o maior do mundo, tem uma grande diversidade biológica. A partir desses comentários prévios, Aumond iniciou a fala sobre a importância da Amazônia e dos rios aéreos (rios voadores).
Nessa dinâmica ecossistêmica funcionam muitas complexas relações ecológicas (interações entre seres vivos e o ambiente da Amazônia). A Amazônia é um ecossistema “fechado” (o bioma “sobrevive” a partir das próprias interações ambientais numa dinâmica viva). Esse mesmo ecossistema possui 1/3 da água doce do mundo e está sendo destruída num ritmo da ordem de 1% ao ano.
Além da diversidade biológica, há uma enorme diversidade cultural e toda essa interação influencia o clima planetário. Por conta desses detalhes, há uma enorme importância da biodiversidade para a segurança alimentar mundial. Por conta das ações humanas, o sistema Terra ingressou na Era Antropocênica (influência humana em escala global).
Assim, Aumond conceituou sobre o termo “rios voadores”: Basicamente, os vapores do mar equatorial e os vapores da evapotranspiração da Amazônia atingem os Andes, onde uma parte permanece na forma de gelo. O degelo alimenta os afluentes do Rio Amazonas e uma outra quantidade é rebatida para o sul e irriga o Brasil com chuvas (gráfica da Patrícia Kalil e do Tom Bojarczuk).
As atividades humanas estão destruindo esse Bioma e seu delicado equilíbrio ecológico com a extração de madeira clandestina, garimpo ilegal, biopirataria e pecuária, quais são alguns exemplos de degradação da Amazônia.
Em palavras mais simples, “rios voadores” são massas de vapor de água empurradas pelos ventos geradas a partir da evapotranspiração dos organismos vegetais.
Tais ventos são responsáveis pelas chuvas no território brasileiro e pelo sucesso da nossa agricultura. As selvas equatoriais só existem por conta desse mecanismo natural da Célula Tropical de circulação vertical de massas de ar. Caso contrário, haveria desertos. Infelizmente, a destruição desses serviços ambientais do Bioma Amazônico pode inviabilizar a agricultura brasileira.
Para compreender melhor esses mecanismos naturais: na Era Glacial, por exemplo, as florestas do bioma Amazônia eram mais contraídas por conta do clima frio, seco e diminuição das chuvas. Ou seja: Os “rios voadores” são os responsáveis pela vida na Amazônia.
No caso da agricultura, 95% da nossa produção é abastecida por essas chuvas. A questão biológica está alinhada com a economia por conta dessas complexas conexões. Também por causa disso é imprescindível zerar o desmatamento e recuperar as áreas degradadas.
Até hoje faltam indicadores que “mensuram” a rentabilidade trazida por esses serviços ambientais gratuitos.
Por fim, o palestrante citou algumas medidas para conter os desastres ambientais:
*Aumentar a consciência e a educação ambiental
*Desmatamento zero
*Evitar queimadas
*Ingressar em militâncias de preservação da floresta
*Reflorestar
*Não fornecer subsídios para agricultores em situação de ilegalidade
*Impedir ocupações ilegais
*Consumo consciente
*Ter uma visão crítica e atualizada sobre a floresta Amazônica
*E não confundir questões biológicas e ambientais com ideologias
O Pastor 2º Vice-Presidente da IECLB, Dr. Mauro Batista de Souza, agradeceu a iniciativa do Galo Verde em debater esse tema. E o P. Olmiro Ribeiro Jr, Secretário da Ação Comunitária, fez a oração final e benção.
Felipe Grützmacher, Blumenau/SC