6º Domingo após Pentecostes - Ezequiel 2.1-5

Caderno de Celebrações 2021 - Sínodo da Amazônia

04/07/2021

 

04/07/2021 - 6º Domingo após Pentecostes
Pregação: Ezequiel 2.1-5

Leituras: Salmo 123; 2 Coríntios 12.2-10; Marcos 6.1-13

Pr. Prof. Esp. Marcos Antonio Rodrigues - Paróquia de Manaus/AM

LITURGIA DE ABERTURA

ACOLHIDA
Durante o tempo da pandemia, aprendemos que Deus não ficou nos templos e igrejas vazias de gente. Ele foi para a casa de cada um e cada uma de nós. E nossas casas se transformaram na Casa de Deus e nossas famílias puderam entender o que significa ser família de Deus. Deus nos acolhe em Sua casa e também em nossa casa. Não importa onde estejamos, ele fez deste mundo sua morada. Tudo o que existe foi criado por ele e é obra de sua boa mão. Sejam bem-vindos e bem-vindas a esta casa de Deus, Seja ela virtual, doméstica ou em nossos templos. Somos família de Deus!

Acolher os/as visitantes

CANTO DE ENTRADA
377 – HPD2 – A paz do Senhor

Ou: Nº ____________________________________________________

SAUDAÇÃO
Iniciamos este nosso culto não em nosso próprio nome, mas em nome do Deus Pai, Filho e Espírito Santo. O Pai Criador do céu e da terra que com amor materno semeou ternura e cuidado em todas as suas obras. O Filho, Jesus Cristo, verdadeiramente Deus e verdadeiramente humano, irmão de tudo o que vive e respira. E em nome do Espírito Santo, este vento divino que entra por nossas narinas e nos enche de misericórdia e compaixão.
A semente que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança - Lucas 8.15.

CANTOS DE INVOCAÇÃO
316 – HPD2 – Semente de Libertação

Ou: Nº ____________________________________________________

CONFISSÃO DE PECADOS
Todo Amoroso Deus! Junto a ti viemos buscar abrigo e orientação. Perdoa-nos quando nos deixamos vencer pela indiferença, comodismo e descompromisso com tua palavra e com nossos semelhantes. Perdão, quando em nós não transparece tua compaixão e misericórdia em nossos gestos e atitudes. Perdão, quando nos tornamos insensíveis diante do sofrimento de outras pessoas ou de tua Criação. Quando não nos sentimos unidos por pertencer a Ti. Perdão, se te buscamos de maneira egoísta e descomprometida com a justiça de teu reino. Somos teus filhos e filhas! Corrige-nos, orienta-nos e nos faça dar frutos de bondade e amor. Amém

ANÚNCIO DO PERDÃO
O perdão é capaz de nos refazer como pessoas. O Apóstolo Paulo nos diz: Foi Deus quem nos fez o que somos agora; em nossa união com Cristo Jesus, ele nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para nós (Ef 2.10). O perdão nos refaz para o amor, a misericórdia e a justiça. Com estas palavras anuncio a vocês o perdão dos pecados em nome do Pai, do filho e do Espírito Santo. Amém.

KYRIE
Kyrie

GLÓRIA IN EXCELSIS
Glória in excelsis

ORAÇÃO DO DIA
Senhor Jesus, nosso irmão, nós estamos gratos porque nos revelaste o amor do Pai. Porque descestes até nosso mundo para que pudéssemos ver em tuas feições o rosto amoroso de Deus. Dá que neste culto, possamos te ver mais uma vez na voz dos profetas que anunciam um mundo novo e denunciam as maldades dos povos da terra. Esteja com cada pessoa que neste dia tem a tarefa de anunciar tua palavra. Que ela seja conforto, consolo, inspiração e ânimo para todos aqueles e aquelas que te buscam. Amém.

LITURGIA DA PALAVRA

LEITURAS BÍBLICAS
1ª Leitura Bíblica: Salmo 123

2ª Leitura Bíblica: 2 Coríntios 12.2-10

3ª Leitura Bíblica: Marcos 6.1-13

CÂNTICO INTERMEDIÁRIO
323 – HPD2 – O Profeta

Ou: Nº ____________________________________________________

PREGAÇÃO
Texto da Pregação: Ezequiel 2.1-5 (6-7)

O texto da pregação de hoje chega até nós pela boca do profeta Ezequiel. Ezequiel fez parte das pessoas que foram deportadas de Israel para a Babilônia. É um profeta do exílio, como costumam dizer os teólogos e teólogas. Ser profeta do exílio é pregar em terra estranha. É sentir-se cativo da injustiça e da opressão. É um olhar para trás, o antes da deportação, e tentar compreender que o que aconteceu com o povo foi o resultado de suas ações e omissões diante de Deus e da sua justiça. É, ao mesmo tempo, um olhar para o futuro de Deus, o sonho de Deus para seu povo e buscar neste futuro a esperança e a força para mudar o rumo da vida no momento presente.

O presente de Ezequiel acontecia às margens de um pequeno rio, o Qebar, afluente do Eufrates. Neste lugar o povo se reunia para celebrar sua fé. Ezequiel era possivelmente um sacerdote e, com certeza, filho de sacerdote. Estava acostumado com o templo, seus utensílios, suas liturgias e formalidades. Ele trabalhava na casa de Deus. Era no templo e a partir do templo que Ezequiel via e compreendia Deus. Era no Santo dos Santos que Deus repousava seus pés. Para ele Deus tinha endereço fixo. Estar agora às margens de rios da Babilônia era estar distante de Deus. Para ele, Deus havia ficado no templo destruído e vazio.

Nestes tempos de Pandemia, vivemos algo parecido em relação à nossa fé. Estávamos acostumados com a vida comunitária. Era lá que nos encontrávamos e partilhávamos nossas experiências de fé: o abraço, a acolhida, o orar de mãos dadas, o cantar a uma só voz... Tudo isso nos revelava e traduzia o Deus das Escrituras. Muitos de nós tínhamos e temos um vínculo forte com o templo: - “Aquela igreja é a minha igrejinha. Foi lá que fui batizado, casei-me, confirmei (não necessariamente nesta ordem!)”. Como Ezequiel, estávamos acostumados a ver e sentir Deus a partir de nossa igrejinha. Isso vale não apenas para o edifício, mas também para nossas doutrinas e posicionamentos de fé. Também nossa teologia está presa ao que aprendemos de nossas tradições. Temos dificuldades para compreender questões de fé fora de nossa “igrejinha”.

A pandemia se parece ao exílio. Deixou atrás de si uma terra arrasada e fez de nós cativos em nossas próprias casas e compreensões da vida. Ela não se importou com nossas crenças, rituais ou orações. Não raras vezes, nossa perspectiva desde a torre de nossa “igrejinha”, nos levou de encontro ao sofrimento e a morte. Igrejas foram lugar de contaminação e disseminação do vírus. Ezequiel dirá que essa gente é de semblante duro e rebelde! Mas o profeta precisa falar a essa gente. Deus pode transformar corações de pedra em corações de carne e sangue.

O exílio se parece à pandemia! Foi tempo de sofrimentos, luto, saudades e lamentações. Foi tempo de muitas perguntas sem respostas! Por que isso aconteceu conosco? Quem foi o culpado? Quando isso vai passar? O que foi que eu fiz de errado? Onde está Deus nesta hora? Não conseguimos entender Deus longe do conhecido conforto de nossos templos, tradições e teologias. Terra estranha esta que nos oprime. Será que estamos sozinhos neste momento da história e de nossa história pessoal? Só nos resta chorar e lamentar como fez o povo de Israel às margens dos rios de Babilônia?

O exílio obrigou Ezequiel a buscar Deus em outros lugares. Não mais apenas no templo e no conforto de suas tradições, rituais e utensílios. A história de Ezequiel começa com uma visão muito importante: um vento de tempestade vinha do Norte e trazia uma nuvem flamejante. Vento e nuvem precederam a visão da glória divina. Deus veio acima do vento e da nuvem. Deus não ficou no templo! Deus veio em glória ao encontro do povo. A margem do rio não precisa mais ser só lugar de lamentação e pranto. Ela é também lugar da revelação de Deus. Esta foi a lição que Ezequiel aprendeu no exílio.

Aprendemos da pandemia uma lição parecida com a de Ezequiel. Deus não mora somente no templo e não se deixa ver somente em suas liturgias, utensílios e tradições. Deus se movimenta, vem por cima do vento e das nuvens! Por natureza, Deus vai com seu povo para onde ele for. Seja de Ur da Caldeia para Canaã com Sara e Abrão, seja de Canaã para o Egito, do Egito para o deserto, do Deserto para a Terra Prometida, de Jerusalém para a Babilônia, ou da nossa igrejinha esvaziada pela pandemia para nossas casas. Deus preferiu estar presente em hospitais e enfermarias onde as vestes talares eram brancas, sem adornos, feitas de TNT e os rostos tapados por máscaras. Deus se fez presente na abnegação de cada profissional da saúde que se pôs em risco para salvar vidas.

A nossa pastora presidente, no início da pandemia, disse numa carta pastoral que “nossas igrejas vazias de gente se encheram de amor e de cuidado com a vida!” Já estamos convivendo a quase um ano e meio neste exílio da pandemia. A pergunta é se aprendemos alguma lição profética desta experiência? Aquelas lições que se aprende olhando para trás e perguntando se o que vivemos é o resultado de nosso descuido com a vida, com a solidariedade, com a compaixão e a misericórdia. A pergunta é também se aprendemos algo olhando para o futuro? O sonho de um mundo de mesa farta, segurança e boa companhia como é a grande mesa no Reino de Deus. E tudo isso para que o presente, o aqui e o agora, possa ser o lugar da transformação de nosso modo de ver Deus, uns aos outros e outras, a nossa Terra, nossa família e a nós mesmos.

Que Ezequiel nos inspire na renovação de nossos corações e mentes. Que Ezequiel nos ensine a ver Deus vindo ao nosso encontro em nossos exílios e pandemias. E que inspirados por ele, possamos construir hoje, aqui e agora, um novo templo em um novo tempo. Não mais de paredes de pedras, mas de corpos e mãos que desejam se encontrar em comunhão e justiça. Quando trabalhei na Costa Rica, a Igreja costarriquenha tinha um lema: Uma Igreja sem Paredes. Seus templos no interior e no Caribe eram abertos. Toda a natureza fazia parte da celebração. Não raro, víamos uma ave pousar nos pequenos muros que delimitavam o local, ou nosso canto era surpreendido pelo canto e algazarra das araras. Não mais a minha igrejinha, mas a grande casa de Deus e todos os seus filhos e filhas, toda a sua criação será templo do amor e da vida.

Que a paz de Deus que é maior do que a nossa capacidade de compreender os desígnios de Deus guarde nossos corações e mentes em Cristo Jesus. Amém.

HINO
482 – HPD2 – Irmão Sol, irmã Luz.

Ou: Nº ____________________________________________________

CONFISSÃO DE FÉ
Diante de exílios e pandemias precisamos reencontrar Deus fora de nossa igrejinha. Confessar nossa fé em um Deus Pai e Criador de céus e terras, em Jesus seu filho e nosso irmão, e neste Espírito Santo, vento de Deus se faz necessário e urgente. Por isso, que convidá-los e convidá-las a unir nossas vozes a vozes de séculos de história! Vozes que ainda ecoam pelos tempos. Vozes que afirmam a unidade de todos os todas as que creem em Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

Creio em Deus Pai, ...

CANTO PÓS CONFISSÃO (proceder motivação e o recolhimento das ofertas)
439 – PD2 – Xote da Vitória

Ou: Nº ____________________________________________________


ORAÇÃO DE INTERCESSÃO
Motivos de Oração:
1. Aniversariantes
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PAI NOSSO
Pai nosso ...

LITURGIA DE DESPEDIDA

AVISOS
Próximo Culto: ___/___/______ às ___:___ h.
Oferta último Culto: R$ _________ - destinada para ...
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BÊNÇÃO
Que a paz do Senhor te acompanhe no caminho da vida,
Que te dê forças nas lutas diárias que terás nesta terra estranha de exílios e pandemias,
Que essa mesma paz te dê momentos de renovação das forças e sonos restauradores,
E que possas ver em cada amanhecer uma nova oportunidade de viver em amor, perdão e esperança.
Amém!

ENVIO
Ide em paz! Permaneça na paz! E sirva ao senhor com alegria e amor.

CANTO FINAL
456 – HPD2 – Deus é meu Amparo.

Ou: Nº ____________________________________________________

 


Autor(a): Pr. Prof. Esp. Marcos Antonio Rodrigues
Âmbito: IECLB / Sinodo: Amazônia
Testamento: Antigo / Livro: Ezequiel / Capitulo: 2 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 5
Título da publicação: Caderno de Celebrações 2021 - Sínodo da Amazônia
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Prédica
ID: 62115
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Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com toda a mente e com todas as forças.
Marcos 12.30
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