Muitos fatos da Paixão aparecem no Antigo Testamento como profecias. Com respeito à traição, Zacarias afirmou: Pesaram seu salário em trinta moedas de prata (11.12). Cerca de 500 anos antes do nascimento de Jesus, ele já havia anunciado que, por tantas moedas de prata, o Messias seria morto. Em Mateus 27.9-10 é dito que Jeremias também já havia predito tal valor quase 700 anos antes dele acontecer. Judas Iscariotes vendeu Jesus. Ele cooperou no propósito dos sacerdotes, que desejavam tirar a vida do Mestre. Como temiam a revolta popular, eles se alegraram e combinaram em dar a Judas dinheiro pela traição (Lucas 22.2-5). Ironicamente diz o ditado popular: Toda pessoa tem o seu preço! Então, quanto Judas recebeu pela traição? O pagamento foi realizado em siclos de prata. De acordo com os historiadores, o siclo era uma medida de peso. Ele pesava 11 gramas. Ou seja, Judas aceitou entre 330 gramas de prata. Hoje em dia, cada grama de prata vale cerca de R$ 3,00. Então, as 30 moedas valeriam entre 990 reais, que é uma mixaria pela vida de alguém. É preciso lembrar, contudo, que os valores mudaram muito desde então. Naquela região, 2 mil anos atrás, tanto o dinheiro, quanto a prata valiam muito mais do que valem hoje. De fato, qual foi o valor dado por Jesus? No AT, a lei de Moisés (Êxodo 21.32) dizia assim... “Se o boi chifrar um escravo, o dono do animal terá de pagar trezentos e sessenta gramas de prata ao proprietário do escravo”. Então, 1500 anos antes de Jesus nascer, um escravo valia em torno de 30 moedas. Ou seja, era o valor de uma pessoa. Após o arrependimento, Judas devolveu as moedas aos sacerdotes, que “compraram com elas o campo do oleiro, para cemitério de forasteiros” (Mateus 27.7). Ou seja, era o valor de um pequeno sítio. Agora, que valor Jesus tem para você? Qual é a “moeda” de troca por Jesus? Já trocamos Jesus pelo quê? Já vi pessoas que trocam a igreja pelo trabalho ou por diversão, amigos na fé por amigos no mundo, o dízimo pela aquisição de uma TV nova, o Estudo Bíblico pela novela, a gratidão pelo resmungo, por aí vai... A lista não tem fim... Ela varia de pessoa a pessoa, de tempo em tempo, de situação em situação... Por fim, chego à verdade... Não consigo apontar meu dedo para Judas, sem reparar que outros três apontam para mim mesmo. Eu também tenho culpa. Só não me condeno porque posso olhar ao dedo maior que aponta ao céu, onde está meu Salvador: JESUS!
