Uma das lembranças da minha infância, quando da época de Advento, era de que nossa mãe nos convocava para a “faxina do ano”. Não era como outras faxinas de final de semana. Essa era diferente. Enquanto uma era superficial, essa era geral, até os mínimos detalhes. Móveis eram tirados do lugar, teias de aranha eram tiradas, paredes eram lavadas, armários esvaziados. Tudo precisava estar limpo. Nenhum detalhe poderia ser esquecido. Telhados eram lavados, paredes externas eram lavadas, calçadas esfregadas. Para nós como crianças, Advento significava faxina. Nem tudo era ruim. Depois de tudo limpo, vinham os enfeites que apontavam para chegada do Natal. A casa tinha um outro brilho. Atmosfera respirava festa, celebração de nascimento e aniversário (além de Jesus, nossa família tem 3 aniversariantes no Natal, meu irmão mais novo e outros 2 primos). Claro que o nascimento de Jesus era o mais lembrado, mas meu irmão se alegrava em dobro, tinha os presentinhos de Natal e o de aniversário. Em muitos lugares esse costume da faxina ainda existe. Limpeza é bom e desejável, não só em época de final de ano, mas em todo tempo. Quando a nossa filha mais velha tinha seus 5 anos, numa manhã de sábado, em meio a faxina que estávamos fazendo no nosso apartamento, nos perguntou se iríamos receber visitas. Respondemos que não. Ela remendou dizendo, então, porque da faxina, se só arrumávamos a casa quando vinha visitas. Geralmente é assim. Quando recebemos visitas, queremos oferecer para elas, um jantar ou almoço especial, um momento agradável, mas principalmente, uma casa com ar de limpeza e organização. Afinal, o que diriam se vissem nossa casa bagunçada? Mas, quando a visita vem sem avisar? Entre e não repare na bagunça! É o que dizemos. E se alguém respondesse, mas é justamente isso que quero ver! Como reagimos? Você sabia que é isso que Jesus quer ver? Sabia que é justamente isso que Jesus quer. Só ele pode “arrumar”. Não! Não a bagunça de nossa casa, mas a bagunça de tua e da minha vida. Ele veio a este mundo com esse propósito. Viveu, morreu, ressuscitou e vive por toda a eternidade. Essa é a lembrança maior do Natal. O convite do Advento é “preparai-vos para a vinda do Senhor. Não mais como uma simples criança, mas como o Rei da Glória, o Senhor e Salvador, voltando para buscar e levar com Ele os que lhe pertencem” (João 14.4). “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu seu Filho unigênito para que, todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
