1 Timóteo 2.1-7

Auxílio Homilético

21/08/2011

Prédica: 1 Timóteo 2.1-7
Leituras: Jel 2.21-27 e Mateus 6.25-33
Autor: Teobaldo Witter
Data Litúrgica: Ação de Graças
Data da Pregação: 
Proclamar Libertação - Volume: XXXV 

Ele foi manifestado na carne,

justificado no Espírito,

contemplado pelos anjos,

proclamados às nações,

crido no mundo,

exaltado na glória.

1 Timóteo 3.16


1. Introdução

“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, [...]” (1Tm 2.1). Ações de graças são sempre momentos de alegria e de louvor, mesmo que talvez a colheita não tenha sido tão boa quanto esperávamos. Elas nos lembram que tudo o que temos e somos vem de Deus e vai para Deus. É por sua graça e amor que ele permite nosso viver e nosso trabalhar com dignidade para produção do “pão nosso de cada dia”.

Os textos bíblicos indicados para este momento de ação de graças levam- nos a relações com Deus e sua criação. O texto da pregação é 1 Timóteo 2.1-7. Ele nos ensina que as orações, intercessões, súplicas e ações de graças devem ser em favor de todas as pessoas. Deus derrama suas bênçãos gratuitamente sobre todas. “Deus faz com que o sol brilhe sobre bons e sobre maus e dá a chuva tanto para os que fazem o bem como para os que fazem o mal” (Mt 6.45b). Ninguém pode viver se não tiver a bênção de Deus. Mas Deus quer mais. Ele farta os famintos. Mas não apenas de pão, pois Jesus diz: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4). Ele quer que todas as pessoas conheçam a verdade e sejam salvas. Ele quer que todas sejam reconciliadas. Ele trabalha para isso. E ele nos deixa colaborar com ele nessa sua missão.

Joel 2.21-27 é um grande convite para louvar, com alegria e entusiasmo, os feitos do Senhor. Convida para lançar fora o medo. Podem confiar, seres humanos. Podem confiar, animais. Haverá alimento. Ninguém será humilhado, como no tempo dos gafanhotos e das terríveis secas. Essa imagem me lembra o tempo de minha infância. Certo ano, não choveu durante quatro meses no verão. Depois veio o inverno. Tudo seco e sem vida. Nada para comemorar. Em junho, iniciou a chuva. Semeamos trigo. Em outubro, havia um lindo trigal. Foi colheita cheia. Ainda o milho, o feijão, o arroz, tudo era verde. Os animais no campo, as aves, as pessoas, todos muito felizes. Na primeira colheita do trigo, a mãe fez uma fornada de pão de trigo, coisa muito rara. Mas era para celebrar: “igual ao pão da Santa Ceia na igreja”, disse. Passamos ainda mel, porque, como havia muito verde e flores, as caixas de abelha estavam cheias. Joel 2. 26a escreve: “Vocês terão comida até não querer mais e louvarão o Senhor, seu Deus, que derramou tantas bênçãos sobre vocês”. O texto leva-nos para a dimensão fundamentalmente afetiva de Deus. Deus cuida de sua criação em todas as dimensões necessárias para vida digna agora e sempre.

Mateus 6.25-33 são palavras de Jesus Cristo. Ela fala de situações reais da vida humana, isto é, a preocupação sobre o que vestir, onde morar, o que comer. Nos tempos atuais, quando muitas coisas são oferecidas pela propaganda e pela moda, muitas pessoas trabalham, correm, lutam, cansam para poder acompanhar a onda. Passam a vida como se não vivessem. Jesus pede para olhar as flores, as aves. A paz e a tranquilidade com que vivem nos são exemplos. Deus cuida delas. Deus cuida de nós. E pede para que nós confiemos em Deus, no reino de Deus e em sua justiça. Ele não pede para que tenhamos uma “vida à toa, vivendo na folga sempre, nas costas dos outros, sem rumo, sem cuidado”, mas pede para que cuidemos, na confiança de que o Senhor fará o melhor por sua criação, também por nós. Nos três textos, é interessante observar que Deus inclui todas as pessoas e todos os seres em seu plano de vida e salvação. A palavra ensina que, alegres e agradecidos, confiemos nele.

2. Exegese

O texto indicado para a pregação no Dia de Ação de Graças é 1 Timóteo 2.1-7. Segundo Atos do Apóstolos (At 16.1-3; 17.14ss; 19.22; 20.4), Timóteo
foi um amigo, companheiro de viagens missionárias e colaborador de Paulo. Esse o menciona em oito das treze cartas que lhe são atribuídas. A presente carta apresenta-o como filho na fé de Paulo (1Tm 1.2). Foi encarregado de organizar a igreja em Éfeso (1Tm 1.3) para zelar pelo reto ensino cristão. A motivação desse envio foi o amor sincero, a boa consciência e a fé sem hipocrisia (1Tm 1.5) de Timóteo, segundo Paulo. Há um cuidado muito especial pela vida cristã pessoal e comunitária. Por isso fala da luta contra a heresia, da busca pela unidade e do fortalecimento da comunhão cristã. A carta trata de temas contextualizados nas comunidades da época: o papel da lei, da graça, a fé, a boa consciência, a organização da comunidade, a solidariedade, mestres, membros, entre outros. A teologia é fundamentada em Cristo, pois “[...] Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores” (1Tm 1.15b). O fundamental da fé cristã, base teológica da carta, encontra-se no bonito hino cristológico: “Ele foi manifestado na carne, justificado no Espírito, contemplado pelos anjos, proclamado às nações, crido no mundo, exaltado na glória” (1Tm 3.16).

O texto da pregação trata especialmente do desejo de Deus que é a salvação de todas as pessoas e da prática decorrente desse sonho, dessa visão do Senhor. V. 1 – “Antes de tudo, pois, exorto que...” O texto inicia pedindo calma e moderação. Antes da refeição, ore. Permita que seu corpo se acalme da agitação. Enquanto oramos, Deus prepara nosso estômago para receber os alimentos. Deus cuida de nós, também nos cuidados químicos de uma boa digestão. Antes de tudo, seja a confiança. Orar e confiar são dois verbos que não podem faltar na vida cristã. Orar e confiar sempre, em todos os lugares, sem ira e sem briga (v. 8).

“[...] usem a prática de súplicas, orações, intercessões e ações de graça, [...]”

Seja tempo bom, seja tempo ruim, as pessoas e a comunidade cristã são constantes na oração. A oração faz parte significativa de sua vida e ação. Por outro lado, as comunidades eram compostas por povos de várias e diferentes culturas, mas nem todas as culturas tinham a prática da oração. Segundo Jeremias, o mundo helenista não tinha a prática da oração (JEREMIAS, p. 283). Por isso seria a necessidade de inculcar a prática da oração. Mas não só por isso, pois a prática da oração deve ser lembrada sempre junto a povos de todos os tempos e lugares.

Súplicas, orações, intercessões e ações de graças: há exegetas que dizem que se trata de repetições para reforçar a prática. Reforça essa ideia o fato de, logo a seguir, ser mencionado que devem ser feitos em favor de todos os homens (e mulheres). Tratar-se-ia, então, de intercessões. Nesse contexto, gostaria de lembrar os passos da liturgia do culto na IECLB: súplicas pelas dores do mundo, oração do dia (especialmente solicitando clarividência para que a comunidade possa ouvir e escutar a Palavra), intercessões, preferencialmente, para que Deus ouça o clamor do povo e ações de graças, o louvor e a gratidão a Deus.

Gostaria de lembrar aqui a oração de Abraão, segundo Gênesis 18.16-33, quando intercede em favor do povo de Sodoma, que está prestes a ser destruído. A intercessão de Abraão é exemplo, porque ela expressa toda confiança do orante na misericórdia de Deus. Ela é uma oração respeitosa, memória da misericórdia de Deus, confiante, atrevida, insistente. Abraão intercede, com tremor e temor, mas está confiante no ouvir e no atender gracioso de Deus.

“[...] em favor de todos os homens (e mulheres) [...]” A referida prática deve ser feita em favor de todos. Em favor das pessoas que nos são próximas, caras e queridas, mas também em favor das pessoas com as quais não nos entendemos e, quem sabe, até mesmo nos prejudicam. “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5.44). “Pois o Senhor é benigno até para os ingratos e maus. Portanto sede misericordiosos, como também é misericordioso o vosso Pai” (Lc 6.36).

V. 2-4 – A prática é também em favor de todos os que têm autoridade. Muitas vezes, talvez nem pensamos em orar e interceder pelas autoridades. Logo vem
à nossa memória a corrupção e o mau uso do cargo público. A carta, no entanto, exorta-nos para que oremos por elas. Isso por dois motivos:

a) “[...] para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda a piedade e respeito.” As autoridades têm o compromisso de zelar por vida segura para todos
e todas. Foram legitimamente instituídas através do voto e da aprovação de nossa legislação democraticamente elaborada. Mas também elas devem prestar contas a Deus de seus atos. A comunidade cristã não adora autoridades, não confia nelas, porque ela adora e confia em Deus. Mas a comunidade cristã acredita que as autoridades possam agir em favor da vida de todos e todas. Por isso ela ora em favor das autoridades legitimamente instituídas. Ela não é, no entanto, um cão de guarda moral da autoridade. Ela prega também que as autoridades devem prestar contas ao povo e a Deus. Orar por todos, pelas autoridades, para ter segurança social e para viver em liberdade e dignidade, isso é bom e agrada a Deus.

b) “[...] o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade.” Deus quer salvar todas as pessoas e ajudá-las a conhecer a verdade. É sublinhada a palavra todas. Não há exclusividade de pessoas ou grupos. Tudo deve colaborar: vida tranquila, segurança, paz, igreja, autoridades instituídas estão a serviço do aprendizado da verdade. Paz, justiça, tranquilidade, boa educação, saúde, segurança, trabalho honesto são também motivos de ações de graça, porque são importantes para a cidadania e a vida da população. Orar, suplicar, interceder e ação de graças estão a serviço da missão de Deus de propagar a verdade e cooperar no conhecimento da verdade por todos e todas. A verdade deve ser pregada também para as autoridades.

V. 5-6 – A verdade é Jesus Cristo, único mediador entre Deus e o ser humano. É dito que Jesus, homem, entregou-se voluntariamente para, com sua morte e ressurreição, reconciliar os humanos entre si e com Deus. O testemunho cristão está fundamentado no martírio do Senhor Jesus. Ele é a verdade. Existem muitas verdades construídas pelos seres humanos: a verdade dos fatos e dos acontecimentos. Mas a única verdade que liberta e que salva é Jesus Cristo, pois ele é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). Jesus disse: “Se vocês permanecerem na minha palavra, serão verdadeiramente meus discípulos, [...], conhecerão a verdade e a verdade os libertará” (Jo 8.31-32). A igreja é testemunha dessa verdade. Deus manifestou sua vontade de salvar o mundo todo. Por isso a ação ampla de Jesus Cristo, homem, o nosso Senhor.

V. 7 – Reafirma a autoridade e a missão do autor da carta: Pregador honesto, mestre de gentios na fé e na verdade.

3. Meditação

Gafanhotos devoram a plantação. O principal está escasso: falta comida. Mas “Não temas” (Jl 2.21a), escreve Joel. E o medo de não ter comida, como fica? O povo vive tempos de escassez. Como viver em tempos de más colheitas? Teria, ainda assim, motivos para ações de graça? Quando penso sobre isso, vários acontecimentos vêm à minha memória.

Estive recentemente, antes de escrever este texto, em Novo Xingu, minha terra natal. O seu Klan, um velho vizinho nosso, contou uma história que me deixou impressionado. Disse ele que, em 1954, houve uma seca muito prolongada nesse lugar. Não houve colheita. As águas estavam bem escassas. Somente um morador que plantara uma roça de milho fora da época colheu. Como plantou fora da época, a lavoura dele ainda recebeu chuva. Por isso as espigas se encheram de grãos de milho. Muitas famílias fizeram pão daquele milho. Sempre encontramos alguma coisa para comer. Todas as famílias podiam buscar naquele morador a semente para plantar no ano seguinte.

Seu Klan relatou também algumas festas da colheita que foram celebradas pela comunidade. Faço, a seguir, um resumo do relato dele.

Domingo foi dia de festa da colheita na igreja. Com essas palavras a minha família se colocava em corrida para recolher bons frutos para levar à igreja no dia da festa. Sempre foram as melhores espigas de milho, as canas mais cumpridas, a melhor semente de feijão, semente de trigo, um favo de mel, um queijo caseiro, uma lata de melado ou algum animal sadio. No dia da festa da colheita, as famílias, a pé ou de carroça puxada por cavalos, levavam frutos colhidos em suas roças. As estradas de chão e as trilhas nos matos estavam cheias de caminhantes.

Enquanto os animais trazidos ficavam lá fora num cercado, os frutos da terra foram colocados ao redor do altar dentro da igreja. Isso era uma coisa fascinante para mim. Mas o que para mim foi mais gratificante e significativo foi o culto celebrado em meio aos nossos produtos. Foi quase como um culto na roça, onde eu, como criança, entendia melhor as palavras do pastor. Circulava em meio aos frutos colocados ao redor do altar. Tudo foi bem familiar para mim.

Era tradição da comunidade realizar o culto no domingo de manhã. Durante o dia havia festa na igreja. À noite, sempre levávamos algum produto para casa, vindo da roça de outros irmãos. E meu pai ficava de olho em alguma semente nova que alguém trazia, porque dizia que a festa da colheita também era importante para melhorar a produção do próximo ano. No altar, acontece partilha de semente. Na vida, há partilha de comida e bebida.

Penso que o pai e a mãe entendiam que, no altar, Deus estaria derramando as suas bênçãos sobre as mãos do semeador e das sementes a serem levadas para a terra. Poderíamos dizer que talvez houve até mesmo exagero. Mas também é verdade que, em anos de muita seca e frustração de safras ou de excesso de chuva, ninguém passou fome. Sempre havia o suficiente para viver. E a partilha entre a vizinhança e a comunidade ajudou a saciar fome e manter a vida com dignidade. Houve também tempos em que só havia restolhos de espigas. Apesar disso, lá estávamos nós na igreja, na festa de ação de graças, com nossos escassos frutos. Deus é e continua criador e libertador, apesar de nós. Isso é motivo de adoração e agradecimento. Certamente a bênção de Deus é real, também quando há fracassos ou não conseguimos corresponder, como se espera de nós. Cuidados, sim. Mas nada de fundamentalismos e de teologia da prosperidade. Na festa da colheita, celebramos a obra de Deus, as maravilhas do Senhor, inclusive quando há só restolho e sementes magrinhas.

Hoje, no Brasil, a maioria das pessoas vive na cidade. Penso que há pessoas que nem conhecem a origem dos alimentos. Acham que o leite vem do supermercado e a água nasce na torneira ou na garrafa. Há, no entanto, muitos e diferentes frutos. Produtos das fábricas, das lojas, o dinheiro, a carteira de trabalho, salários e outros. Calma e serenidade social, com toda a piedade e dignidade (1Tm 2.2b), sem ira, nem guerra, são também motivos de ações de graça. Importa que, na festa da colheita e na vida de todos os dias, eles se tornem motivos de alegria, de louvor e de gratidão ao Deus criador e salvador.

4. Imagens para a pregação

a – Procurar e localizar elementos contextualizados de motivos de ações de graça em sua comunidade. Referir-se a algum desses elementos no culto. Invocar e adorar a Deus, criador e libertador, pedir perdão, agradecer e interceder.

b – Textos bíblicos

1) A alegria do texto de Joel. Convida para lançar fora o medo. Podem confiar, seres humanos. Podem confiar, animais. Haverá alimento. Ninguém será
humilhado, como no tempo dos gafanhotos devoradores. Deus cuida de sua criação. Que ninguém se sinta desamparado por ele!

2) Mateus 6.33: Sem medo, sem preocupação exagerada. Buscar o reino de Deus e sua justiça. Deus faz crescer o pão nosso de cada dia. Deus partilha o seu amor, o seu pão com todas as suas criaturas. Na colheita na roça, na produção da fábrica, na gestão de políticas públicas para todos e todas, no trabalho de nossas mãos e mentes, na partilha dos bens, Deus cumpre sua promessa de providenciar o pão nosso de cada dia.

3) 1 Timóteo 2: Ações de graça e intercessões por todos. Na oração universal, não deixar ninguém fora. Que as políticas públicas permitam justiça, paz,
tranquilidade, segurança, respeito e solidariedade. Deus faz jorrar leite e mel. Nas ações de graça, ser testemunha da verdade que deseja salvar todos.

4) A finalidade da ação de Deus: vida com qualidade para todos e todas com políticas públicas adequadas à vida digna; conhecimento da verdade, reconciliação, salvação e exaltação a Jesus, o Senhor.

c – Temos isso em nosso lugar, em nossa região. Se não, o que falta? Em que podemos melhorar? Como corresponder ao convite de Deus?

d – Uma história da prática comunitária de súplicas, orações, intercessões e ações de graça. Novo Maringá surgiu a partir da colonização particular no norte de Mato Grosso. Uma colonizadora vendeu as terras, mas não as legalizou. Sem recursos financeiros, os colonos enfrentaram muitas dificuldades. Buscavam a sobrevivência em trabalhos temporários, especialmente em fazendas mais antigas da região. As dificuldades, por vezes, foram sentidas na falta da própria alimenta- ção. Membros da comunidade, nesse contexto, procuravam ligar a fé com a vida. A Bíblia lida e estudada na comunidade ajudou a ler a realidade. O projeto Vacas Comunitárias nasceu das atividades práticas de relacionar fé e vida, Bíblia e realidade, naquela comunidade. Os colonos tinham o projeto, o sonho, mas faltava parte do recurso financeiro para complementar a iniciativa local. A solidariedade interna foi ouvida por outras pessoas e comunidades. Foi nessa comunicação que o pastor Uwe Krause, na Alemanha, tomando conhecimento da situação das famílias através de relatórios da paróquia de Tangará da Serra e das reflexões junto com o pastor Arteno Spellmeier, na Alemanha, estudou o assunto nos grupos de lá. Fez uma coleta com a turma de adolescentes confirmandos/as em sua comunidade. Conseguiu arrecadar e remeter uma boa quantia em dinheiro para a aquisição de vacas para leite em outubro de 1987. Além dessa iniciativa comunitária do referido grupo de adolescentes, as famílias receberam ainda o dinheiro de uma coleta feita durante uma festa de aniversário do Sr. Hallaschka, na Alemanha. Foram compradas inicialmente nove vacas para ajudar as famílias empobreci- das na alimentação com leite. O dinheiro deu para isso. Com a participação da comunidade, o número de vacas foi se multiplicando a cada dois anos, suprindo a necessidade de leite na alimentação, especialmente das crianças, gestantes e pessoas doentes. O projeto foi conversado na IECLB local, que orou, intercedeu, estudou, celebrou, discutiu e decidiu a partir do estudo da Bíblia e da comunhão comunitária. Apesar de ter nascido numa comunidade eclesial, não foram beneficiados somente os membros, mas também pessoas não ligadas à IECLB, pois elas necessitavam de leite para a alimentação. O objetivo foi beneficiar a população. A prática de solidariedade da comunidade de Novo Maringá está no bojo de sua espiritualidade, fundamentada na leitura da Bíblia. Está na dimensão do reino de Deus. A palavra assumida pelo grupo e comprometida com a vida do povo levou a comunidade a trabalhar por uma economia a serviço da vida. O dinheiro serviu como meio para melhorar a qualidade de vida da população. A comunidade, lembrando o primeiro leite colhido e distribuído para as crianças, celebrou o culto de ação de graças.

Deus providencia o pão nosso de cada dia de muitas e diferentes maneiras. Cria condições para a semente germinar na lavoura, crescer e produzir, mediante terra, clima, chuva e trabalho adequado. Cria condições para a justiça e a paz se encontrarem mediante bons governos, que colocam em prática políticas públicas adequadas para a vida de todos. Dá criatividade ao ser humano para construir fábricas para produzir bons produtos para proteger, assegurar e promover vida digna para a humanidade. Transforma o ser humano para que seja solidário e reparta as dádivas que de Deus recebeu. Por isso Jesus pode pedir: busquem, em primeiro lugar, o reino de Deus e sua justiça, e as demais coisas lhes serão acrescentadas (Mt 6.33). Damos ouvidos à sua solicitação, pois ele é o Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos, sendo o único mediador entre Deus e os seres humanos (cf. 1Tm 2.5-6).

Bibliografia

CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo: Millenium, 1986.
JEREMIAS, J. Teologia do Novo Testamento. 2.ed. São Paulo: Edições Paulinas,
 


 






 


Autor(a): Teobaldo Witter
Âmbito: IECLB
Área: Celebração / Nível: Celebração - Ano Eclesiástico / Subnível: Celebração - Ano Eclesiástico - Ação de Graças - Festa da Colheita
Natureza do Domingo: Dia de Ação de Graças

Testamento: Novo / Livro: Timóteo I / Capitulo: 2 / Versículo Inicial: 1 / Versículo Final: 7
Título da publicação: Proclamar Libertação / Editora: Editora Sinodal / Ano: 2010 / Volume: 35
Natureza do Texto: Pregação/meditação
Perfil do Texto: Auxílio homilético
ID: 25073
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