02 de abril - Dia Mundial do Autismo

30/03/2015

Os dias de memória sempre têm uma função muito importante na vida das pessoas. Eles servem para lembrar fatos que marcaram a história, bem como, assuntos que fazem parte do cotidiano, mas que nem sempre são reconhecidos pela sociedade em geral. Muitos destes temas são lembrados apenas por aqueles e aquelas que dia após dia vivem e convivem com o que se quer lembrar. Um destes é o dia 02 de abril, destinado a lembrar das pessoas com autismo e suas famílias.

Cientificamente o autismo é conhecido por Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Sinteticamente poder-se-ia definir que o autismo é caracterizado por ser um transtorno do desenvolvimento que afeta três áreas principais: interação social, comunicação e comportamento. A identificação do transtorno acontece através da observação clínica, auxiliado pelo relato de quem convive com a criança. Por isso é importante saber do que se trata e estar atento/a.

Comemorado desde 2008, o dia foi promulgado pela ONU como o dia específico para lembrar todas as pessoas com autismo e suas famílias que vivenciam uma luta diária por melhores condições de vida, de atendimento especializado e por políticas públicas que cumpram os direitos das pessoas com o transtorno. Este é o primordial. Antes de qualquer coisa, a pessoa com autismo é sujeito de direitos. Sendo assim, a pessoa com autismo é respaldada pela lei a ser atendida em suas especificidades como resguarda a Constituição de 1988.

Para reafirmar e expandir os direitos da pessoa com autismo, em 2012 foi promulgada a Lei Berenice Piana (Lei 12764), que leva o nome de uma mãe batalhadora, em homenagem às famílias que lutam por melhores condições de vida. Àqueles e àquelas que continuam anônimos/as e que sabem como é viver na precariedade de informações, em busca de atendimentos de qualidade e de profissionais sensíveis e conhecedores do transtorno e, principalmente, na luta por construir uma sociedade que inclua e que não as culpabilize pelas formas diferentes de ser. A Lei está à espera de regulamentação em muitos estados e municípios e esta não é um ato de boa vontade, mas um direito conquistado a duras resistências e insistências e deve ser cumprida.

Por isso, sensibilizar-se na causa de quem está à margem e que sofre com um sistema econômico que coisifica tudo, até as pessoas, qualificando-as e quantificando-as pelo lucro que elas são capazes de produzir é uma tarefa que nos torna eticamente capazes de continuarmos sendo chamados de seres humanos.

AUTOR
Ms. Thyeles Borcarte Strelhow
Professor na Rede Municipal de Ensino de São Leopoldo, doutorando no PPG/EST
(bolsista do CNPq)

APOIO DE PUBLICAÇÃO
P. Dr. Rodolfo Gaede Neto
Coordenador do Bacharelado em Teologia da Faculdades EST
P. Dr. Valério Schaper
Professor na Faculdades EST
 


Autor(a): Thyeles Borcarte Strelhow
Âmbito: IECLB
Área: Missão / Nível: Missão - Diaconia / Subnível: Missão - Diaconia - Pessoa com Deficiência
Natureza do Texto: Artigo
ID: 32591
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