Justiça de Gênero



ID: 3055

Diálogo sobre Justiça de Gênero na IECLB

09/11/2016

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Realizado entre Ministras e Ministros do Sínodo Norte Catarinense e
Discentes e Docentes da Faculdade Luterana de Teologia
em São Bento do Sul – SC

Na manhã do dia 09 de novembro de 2016 foi realizado um Diálogo sobre o tema “Justiça de Gênero” entre Ministras e Ministros do Sínodo Norte Catarinense (SNC) e Corpo Docente e Discente da Faculdade Luterana de Teologia (FLT) em São Bento do Sul - SC.

O diálogo surgiu a partir da mobilização do X Encontro Sinodal de Ministras do SNC ocorrido em março de 2016. As ministras expressam sua preocupação diante de uma publicação do reitor da FLT, Sr. Claus Schwambach, na qual usa o termo “Ideologia de Gênero”, e não o termo “Justiça de Gênero” conforme recomendação da IECLB com base nos materiais elaborados pela Federação Luterana Mundial.

Na carta (Anexo 1) as ministras reforçam o uso do termo Gênero como uma categoria de análise entre as relações humanas. A IECLB se ocupa com a reflexão acerca das relações humanas a partir da perspectiva de Gênero. Sinal disso, é que a mesma possui dentro da Secretaria Geral a Coordenação de Gênero, Etnia e Gerações que em 2013 coordenou a produção e lançamento da cartilha sobre estudos de Gênero para uso e estudo em grupos, comunidade, paróquias e instituições formadoras. Esta cartilha tem como base bíblica o texto de Gênesis 1.27: “Assim Deus criou os seres humanos... Homem e Mulher os criou.”

Desta forma as ministras colocaram-se a disposição para ouvir a FLT e também para que houvesse uma troca de saberes e também um processo de construção coletiva em meio a diversidade e pluralidade.

Como resposta à Carta, enviada pelas ministras, a FLT propôs que esse diálogo (Anexo 2) ocorresse em forma de fórum aberto para um debate acerca do tema, no qual as Ministras do SNC indicariam uma assessoria e a FLT indicaria outra. Após as falas haveria um tempo para perguntas, reações e colocação.

O Sínodo Norte Catarinense, como sugestão das Ministras, convidou a assessora do Diálogo a Pós-Dra. Ivoni Richter Reimer, da PUC-GO, pastora da IECLB; pela Faculdade Luterana de Teologia discorreu sobre o tema o Prof. Dr. ClausSchwambach. A Pa. Carmem Siegle, Coordenadora de Gênero, Etnias e Gerações da Secretaria de Ação Comunitária da IECLB esteve presente representando a Secretaria Geral. O Diálogo ocorreu no contexto da Conferência de Ministros e Ministras do SNC (Anexo 3 e 4), realizada entre 08 e 09 de novembro, no espaço de eventos da FLT. A meditação do momento de Diálogo foi realizada pela pastora Cristina Scherer (Anexo 5).

Após as palestras o público presente pôde reagir com dúvidas, defesas, afirmações e sugestões acerca do tema. Apesar das tensões existentes, e por vezes, posturas de resistências, o diálogo promoveu um momento interessante e desafiador. Desafiador porque dialogar conclama ao respeito, à abertura e a rever conceitos e teorias. Como integrantes do Corpo de Cristo valorizamos os espaços de diálogo honesto, aberto e construtivo. O mesmo espaço deve ser proporcionado nas instituições formadoras, nos grupos, comunidades, paróquias e instâncias vinculadas à IECLB a fim de que haja valorização de saberes e mudanças de atitudes quando estas não estão de acordo com a proposta do Evangelho de Jesus Cristo.

Sobre a importância e necessidade de diálogo solidário e construtivo em nossos tempos, a filósofa e feminista Marcia Tiburi afirma: “Para haver diálogo é preciso haver o que chamamos de abertura a alteridade. A abertura a alteridade vai além de uma conversa em que se põem em jogo argumentos. Ela tem um ponto decisivo no âmbito afetivo, do modo de como nos afetamos, que somos tocados e tocamos o outro. Portanto a pergunta o que estamos fazendo uns com os outros? Precisa ser o pano de fundo consciente, quando nos propomos ao diálogo. Como fazer para me abrir ao outro? Como fazer para que o outro possa estar aberto a minha própria alteridade? Os atos de fala precisam ser atos generosos, de doação. Os atos de fala não podem ser atos de avareza, atos de indisponibilidade. Precisam ser atos de discernimento, não atos de julgamento.¨

Agradecemos ao Sínodo Norte Catarinense que oportunizou este espaço e momento de diálogo com uma das casas de formação de nossa Igreja a FLT, a qual agradecemos pela abertura e oportunidade de discorrermos sobre o tema tão caro às vidas de homens e mulheres que norteiam suas vidas pelo Evangelho de Jesus Cristo: Justiça de Gênero nas relações humanas.

Estamos cientes de que teremos outras oportunidades de aprofundarmos o tema recomendado pela Federação Luterana Mundial às Igrejas membros o qual nos compromete em nossas ações e em nosso fazer teológico na academia e na prática comunitária, em busca de relações justas e igualitárias entre todas as pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus.
 


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