3ª Caminhada nos Passos dos Imigrantes celebra 200 anos de presença luterana no Brasil
e 165 anos no Espírito Santo
O domingo do dia 30 de junho de 2024 começou cedo para aproximadamente 600 pessoas das Paróquias de Santa Maria de Jetibá e Aliança. Essa gente animada se juntou na Praça Florêncio Augusto Berger antes das 7h da manhã para a 3ª Caminhada nos Passos dos Imigrantes. A caminhada existe deste 2022 e é organizada pelas Paróquias de Santa Maria e Aliança com o apoio da Prefeitura Municipal de Santa Maria de Jetibá para homenagear a memória dos imigrantes pomeranos no município.
Para tanto, a caminhada faz o percurso de encontro aos primeiros imigrantes, do presente em diração ao passado, pois sai da cidade em direção ao local da primeira capela/escola luterana do município, em São Sebastião de Belém. Os primeiros imigrantes pomeranos chegaram ao local onde hoje fica o templo da comunidade de Belém em dezembro de 1972. Esta capela/escola construida por iniciativa de Hermann Berger, fazia parte da Paróquia de Luxemburgo, funcionou como local de culto e aulas, onde foram realizados os sacramentos do batismo, Santa Ceia e o oficio da bênção matrimonial.
O coro de trombonistas das duas paróquias conduziram a caminhada com hinos folcloricos e hinos nacionais da Pomerânia e Alemanha. Na segunda parada junto ao Rio Santa Maria, Pastor Rubens Stuhr lembrou que a chegada dos imigrantes aconteceu por meio de canoas até Santa Leopoldina. E que depois a locomoção das pessoas e das mercadorias até Vitória acontecia pelo rio, com viagens longas e exausticas debaixo de sol. A segunda parada aconteceu na metade do percurso na casa de festas Cavala Bahio, onde todo mundo pode parar para se refrescar e fazer um lanche. Em seguida no Cemitério Holz acotenceu a parada para celebrar a memória da dos primeiros imigrantes, em especial da família Berger, no túmulo de Hermann Berger e Juliana Amália Bracken Berger. E na última parada, antes da Igreja, foram plantados dois pés de pau pereira, próximo à casa da família de Renilda Schwanbach Schulz e Deoniro Schulz. Da casca do pé de pau pereira muitas mulheres trataram dos problemas de febre, dores estomacais e os problemas inflamatórios de seus famíliares. Das folhas do pé de pau pereira também é feita a coroa de pentecostes, que carrega a simbologia das folhas que permanecem verdes mesmo após ficarem secas.
A caminhada chegou no destino final no templo da Comunidade de Belém, que foi acolhida pelo badalar dos sinos. Para o culto, no altar foram dispostos o baú com a Bíblia, o Catecismo e o Hinário para representar a fé dos imigrantes, como também as bandeiras da Pomerânia, Renânia, Alemanha, de Santa Maria, do Espírito Santo, do Brasil e dos brasões das famílias. Além disso, as ferramentas usadas para desbravas as terras, bem como o brote, o pão dos imigrantes com os igredientes brasileiros. Por meio da Liturgia do Prontuário, os pastores Rubens Stuhr, Evandro Elias e Willian Kaizer de Oliveira conduziram o momento celebrativo com hinos tradiocionais do hinário e também com apresentações do grupo de concertina da Comunidade de Belém A Semente e do louvor de hino pomerano cantado pelo grupo Louvai.
Na pregração, Pastor Rubens lembrou da perseverança e fé dos imigrantes luteranos desde a sua chegada há 200 anos no Rio de Janeiro/Nova Friburgo. A trajetória dos imigrantes pomeranos foi de muita fé e perseverança, que através de sua persistência venceram as adversidades para propornionar à geração atual desfrutar da prosperidade e bençãos dos dias de hoje. Simbolo maior dessa riqueza foi desfrutado pela comunhão de almoço comunitário oferecido pela Comunidade de Belém. As ofertas do culto e do almoço foram destinados para auxiliar no tratamento de câncer. E desta maneira, essa viva fé dos imigrantes celebra a memória e o cuidado dos necessitados.
Texto: Willian Kaizer de Oliveira
Fotos: Valdir Baebler