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Comparação! - Lucas 18.9 - 14 - P. Ernani Ropke - 03 de agosto de 2021

Oração em tempo de coronavírus

02/08/2021

O tema que quero abordar hoje na oração é a comparação.

Você tem o hábito de se comparar com outras pessoas? Há dois caminhos, igualmente perigosos no que diz respeito à comparação: o primeiro deles é se ver como alguém inferior, desdenhando sua própria vida, e o outro é se ver como alguém superior, que está acima dos demais.

Na parábola do fariseu e publicano, Lucas 18.9 – 14, Jesus trabalha a questão da comparação. Lá diz:

Como você se coloca em oração diante de Deus?

Os dois, o fariseu e o publicano, tiveram jeitos diferentes de orar. O fariseu, na oração, elogiava a si mesmo. Louvava a sua própria justiça. Sua oração girava em torno do que ele fazia e em nada do que Deus fazia por ele. A atitude do publicano, do cobrador de impostos, ao contrário, era de humildade. Ele tinha clareza de que era pecador, que necessitava da misericórdia de Deus.

Os dois exemplos nos convidam a refletir sobre as nossas atitudes e posturas diante de Deus e de nossos irmãos e irmãs. Será que a auto suficiência do fariseu, muitas vezes, também não faz parte das nossas atitudes? O que significa a afirmação de Jesus que o publicano saiu justificado, em paz, e o fariseu não!

O tema da justificação também ocupou a vida de Lutero. Ele também achava que o único caminho para a salvação era a autojustificação. Porém, quanto mais tentava esse caminho, mais se desesperava. Percebia que não conseguia cumprir a lei na íntegra. Por isso, se perguntava: Como alcançar um Deus misericordioso? A resposta ele encontrou na Palavra de Deus. Ao ler Romanos 1.17, “Que o justo vive pela fé!”, ele descobre que não são as obras da lei que salvam, mas sim a fé em Jesus Cristo.

Somos justificados diante de Deus e salvos se cremos no que Cristo fez por nós. A nossa salvação está apenas em Jesus Cristo, que morreu para nos salvar.

Isso significa, então, que não é necessário fazer obras boas, que posso passar a perna nos outros, como o publicano, ou que posso me achar superior aos outros, como o fariseu? Não. De maneira nenhuma.

O que Lutero descobre é que as obras não são mais condição para a salvação, mas consequência da salvação. Eu realizo boas obras em consequência da compaixão de Deus, que me fez em Cristo morrer para o pecado e ressurgir para uma nova vida.

Enquanto o publicano confessa suas falhas e procura um novo caminho, o fariseu esconde os seus pecados. O publicano saiu justificado, em paz, pois se confiou nas mãos de Deus.

O confiar-se nas mãos de Deus nos humaniza, nos permite perceber os nossos limites, nossos erros e nossa provisoriedade. O confiar-se nas mãos de Deus não nos torna superiores e arrogantes, mas sensíveis aos que procuram reencontrar o caminho de vida.

A Parábola do Fariseu e do Publicano nos convida a não buscar na oração o caminho da comparação, mas da compaixão e da misericórdia do Deus que se revela em Jesus Cristo.

A justificação acontece quando, em oração, nós nos confiamos nas mãos do Senhor como verdadeiramente somos, com nossas falhas e limites, com nossas virtudes e dons.

Confiando-nos a Deus, em oração, reconhecemos que não somos justificados por nossos méritos, mas pela paixão, morte e ressurreição de Cristo Jesus.

Confiando-nos a Deus, em oração, recebemos o perdão que nos cura, liberta das culpas, e nos faz andar nos passos de Jesus. Confiando-nos a Deus, em oração, não humilhamos o outro, dizendo: “- Você sabe com quem está falando?” ou “- Quem você pensa que é?”, porém vivenciamos o amor que diz: “- Como posso te ajudar?” Amém.

Desejo que a luz de Cristo brilhe e nos envolva hoje e sempre na paz e no amor. Amém.

MÍDIATECA
Ao deixar de orar por um único dia sequer, perco grande parte da minha fé.
Martim Lutero
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