Há poucos dias, compartilhei no Facebook uma foto, que mostrava a lama da barragem da Samarco invadindo o Oceano Atlântico na foz do Rio Doce. Coloquei o título: A TRAGÉDIA SE ESPALHA. Imediatamente, um colega se manifestou, escrevendo que o correto seria: O DRAMA SE ESPALHA.

Recorri ao dicionário. De fato, o colega está certo. TRAGÉDIA e DRAMA são gêneros literários e datam da Grécia Antiga. Porém, os termos também são usados para descrever desastres. Nisso está a sutil, mas grande diferença entre os termos:

TRAGÉDIA: É algo sobre o qual o ser humano não tem controle. Exemplos de tragédia: Terremoto, vulcão, tsunami...

DRAMA: É um acontecimento no qual o ser humano interfere diretamente, que é provocado por sua intenção ou negligência. Exemplos de drama: rompimento de barragem, incêndios...

A sutileza está no uso destas palavras. Inocentemente, muitas pessoas se referem ao desastre de Mariana e do Rio Doce como sendo uma TRAGÉDIA. Porém, quando os responsáveis pelo rompimento da Barragem de Mariana usam esta palavra, fazem-no intencionalmente, porque querem descartar qualquer responsabilidade pelo acontecido. Dizer que foi uma tragédia é o mesmo que dizer que foi Deus quem quis assim.

Mariana e Rio Doce são um DRAMA! É responsabilidade humana. Negligência total. É bom deixar a palavra TRAGÉDIA fora da história e juntar forças para encontrar soluções para o DRAMA que causa o sofrimento de tantas pessoas e  o agonizar deste rio tão importante. 

Pastor Sinodal 

Geraldo Graf

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