Igreja Evangélica na Alemanha Central implanta turbinas eólicas para cobrir necessidade de energia elétrica em todas as suas paróquias e instituições de diaconia
(LWI) - A Igreja Evangélica na Alemanha Central (EKM) tem uma meta ambiciosa: gerar a eletricidade que consome em suas paróquias e instituições diaconais e desse modo proteger o clima.
Aqui está o exemplo, diz Thomas Wicks, Chefe da Seção de Agricultura da EKM. No mapa, ele aponta para a pequena cidade de Olbersleben, no centro da província da Turíngia, no leste da Alemanha. A sétima turbina eólica da igreja entrou em operação aqui no final de junho. Isso foi financeiramente possível pelos próprios investimentos da igreja e pelo financiamento do governo sob a Lei de Fontes Renováveis de Energia da Alemanha.
No entanto, a igreja não está primeiramente preocupada com o retorno do investimento, mas com um objetivo político-climático: o consumo anual de energia das paróquias e administrações da igreja deve ser coberto pela energia eólica autoproduzida que é alimentada na rede elétrica. Essa demanda de energia é de 33 milhões de quilowatts-hora por ano e necessita de sete turbinas eólicas para gera-la. Este objetivo foi alcançado.
No entanto, se forem acrescentadas as instituições diaconais da igreja, a exigência de energia aumentará para 57 milhões de quilowatts / hora. Isso corresponde ao consumo anual de eletricidade de cerca de 14.000 residências de quatro pessoas na Alemanha. Para cobrir isso, turbinas eólicas adicionais deverão ser instaladas, totalizando 13 a 16 no final. A EKM se esforçará para atingir este objetivo até o final deste ano.
Decisão do Sínodo é de “produzir a energia elétrica que consumimos”
O fato de a EKM ter embarcado na produção de eletricidade é uma consequência da campanha Mudança climática - mudança de estilo de vida com a qual em 2011 a EKM abordou questões de proteção climática em numerosas palestras, discussões e eventos de capacitação. Nosso sínodo também tratou do assunto e perguntou o que nós, como igreja e em maior escala, poderíamos fazer pela proteção climática, explica Friedemann Kahl, porta-voz da EKM.
No sínodo nasceu a ideia de produzir a energia que consumimos através de turbinas eólicas. A principal razão para isso é que a EKM possui uma grande quantidade de terras que já havia arrendado a operadores de parques eólicos antes de 2011. Cerca de 130 turbinas eólicas de outros investidores operam em terras da EKM.
Nosso sínodo tratou do assunto e perguntou o que nós, como igreja e em maior escala, poderíamos fazer pela proteção do clima. Friedemann Kahl, porta-voz de imprensa da EKM
Foi um passo lógico para a EKM entrar no negócio como um operador autônomo, mesmo que os parques eólicos tenham sido um assunto controverso. Enquanto alguns argumentaram principalmente contra a mutilação da paisagem, outros apontaram para possíveis perigos para os seres humanos e animais: pássaros morreriam quando atingidos por élices, pessoas se sentiriam prejudicadas por emissões de som e luz, bem como com as sombras dos rotores. Por isso é importante verificar cuidadosamente os locais e conversar com os moradores e as paróquias locais, diz Wick. Até agora, no entanto, não houve maiores conflitos. Pelo contrário, as experiências foram muito positivas.
Isso encoraja a EKM a pensar um passo adiante. Até agora, a eletricidade produzida é alimentada apenas para a rede elétrica; no futuro, a EKM pretende comercializá-la por meio de um provedor de serviços externo.
Além da competência de uma igreja
Mas tudo isso é justificado?, perguntam as vozes críticas. Uma igreja não deveria cuidar de suas tarefas sociais e pastorais ao invés de produzir e vender eletricidade? Está claro que a nossa competência é outra, diz Kahl. Mas estamos fazendo bom uso de um recurso que temos como igreja - nossa terra. Até 200 anos atrás, a EKM alugava propriedades da igreja para outras pessoas para financiar o trabalho da igreja nas paróquias e instituições diaconais com estes recursos. A construção e operação de turbinas eólicas é uma forma de 'acompanhar os tempos' no seu melhor sentido.
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Este texto é baseado em um artigo de Stephan Kosch em Zeitzeichen 7/2018. Edição e tradução: LWF Office for Communication Services.